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Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2017
O deputado federal Sergio Zveiter (PMDB-RJ) pediu nesta sexta-feira (11) desfiliação do PMDB. O pedido foi entregue ao diretório do partido no Rio de Janeiro.
Em julho, Zveiter apresentou à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara parecer favorável ao prosseguimento da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer.
O pedido de desfiliação do deputado ocorre um dia após o PMDB anunciar a suspensão das funções partidárias dos parlamentares que se posicionaram contra Temer na análise da denúncia, entre os quais Zveiter. Com a decisão, seis deputados serão retirados de comissões em que representam o partido.
“Após a divulgação do parecer de minha relatoria, passei a sofrer ameaças de represálias e ameaças de expulsão oriundas da direção do partido e de outros membros do PMDB que atuaram em prol do arquivamento sumário das denúncias”, afirma o deputado no pedido de desfiliação.
Zveiter está no segundo mandato de deputado federal. Quando foi reeleito para a atual legislatura, era filiado do PSD e, em março de 2016, se transferiu para o PMDB.
Zveiter estaria recebendo convites para se filiar a outros partidos, entre os quais PDT. Segundo a assessoria do parlamentar, porém, ainda não há definição sobre o novo partido do deputado.
“Autoritarismo”
Antes de a denúncia ser analisada pela Câmara, fechou questão para barrar a peça da PGR, ou seja, poderia punir quem votasse diferentemente dessa orientação. Zveiter criticou a decisão ao pedir a desfiliação, argumentando que a imposição não poderia ser feita quando o que está sob análise é uma matéria criminal.
“Causa maior espanto o autoritarismo com que esse posicionamento foi adotado, em postura abusiva, como se a Câmara e seus deputados estivessem subjugados aos interesses de outro poder”, afirmou.
Na carta, o deputado usou, ainda, uma previsão da lei para sair do partido sem perder o mandato. “Resta evidente discriminação pessoal e perseguição política praticada pela direção nacional do PMDB.”
O deputado conclui a carta afirmando que, para barrar a denúncia, foram oferecidos a deputados cargos e emendas parlamentares. “Aos que se recusaram a manter seus votos votando de acordo com sua consciência, o caminho foram as intimidações e constrangimentos.”
Parecer sobre a denúncia
O parecer apresentado por Zveiter à CCJ foi rejeitado pela maioria da comissão, por 40 votos a 25. No lugar, a comissão aprovou, por 41 votos a 24, o relatório de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendava ao plenário da Câmara a rejeição da denúncia contra Temer.
Este segundo relatório foi aprovado pelo plenário por 263 votos a 227 e, com isso, a denúncia da PGR não será analisada pelo Supremo Tribunal Federal e ficará parada até 31 de dezembro de 2018, quando termina o mandato de Temer.
Desde que apresentou o parecer à CCJ, em 13 de julho, Zveiter passou a ser criticado por diversos colegas de partido. O vice-líder do PMDB, Carlos Marun (PMDB), por exemplo, defendia que o deputado deixasse a legenda para evitar o constrangimento de ser expulso. (AG)