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Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2015
Cada vez mais combatentes da organização jihadista EI (Estado Islâmico) estão desertando, desiludidos com os massacres de muçulmanos, entre outros fatores, afirma um estudo publicado nessa segunda-feira. Ao menos 58 pessoas deixaram o grupo e falaram publicamente sobre o tema desde janeiro de 2014, cita um levantamento do ISCR (Centro de Pesquisas da Radicalização, em tradução livre) do King’s College de Londres (Inglaterra).
O estudo afirma que 17 integrantes do EI desertaram entre junho, julho e agosto, e que representam apenas “uma pequena fração” do número total, porque a maioria tem medo de falar. O ISCR pediu aos governos que facilitem o testemunho dos desertores e não os ameacem com detenção, porque os ex-membros podem servir para dissuadir muitos outros de se unirem à organização.
Mortes
Os que se manifestaram disseram que ficaram fartos de matar muçulmanos sunitas como eles, e civis, e da incapacidade do EI de confrontar o regime sírio do ditador Bashar al-Assad. “As vozes dos desertores são claras e firmes: ‘o Estado Islâmico não está protegendo muçulmanos, está matando-os’.” “Os muçulmanos estão combatendo os muçulmanos. Assad está esquecido. A Jihad [Guerra Santa] está de cabeça para baixo”, declarou um alemão, identificado como Ebrahim B., que dizia falar por 20 jihadistas.
Os líderes do EI consideram inimigos os muçulmanos que não se submetem ao seu domínio. Os desertores interrogados são de 18 países, do Oriente Médio e ocidentais. Muitos que tentaram sair do grupo foram executados por espiões e traidores, explicaram os ex-membros. (Veja)