Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2016
A presidenta Dilma Rousseff cancelou o pronunciamento que faria em cadeia nacional de rádio e televisão para pedir apoio contra o impeachment de seu mandato.
Dilma decidiu seguir orientação da AGU (Advocacia-Geral da União), que avaliou que a fala poderia ter problemas jurídicos.
A oposição chegou a entrar com uma ação na Justiça Federal de Brasília para barrar o pronunciamento, alegando que não há justificativa para a medida, que seria para uso pessoal.
A presidenta pretendia afirmar que os defensores do impeachment podem até ter suas justificativas, mas que a história os deixará com a “marca do golpe”.
O discurso chegou a ser gravado na manhã desta sexta-feira (15), no Palácio da Alvorada. A petista ressaltava no vídeo que não pesa nenhuma denúncia de corrupção contra ela e que o impeachment pode representar um perigo para a democracia brasileira.
Ela pediria ainda à sociedade brasileira que converse com os deputados federais de seus Estados para que eles “fiquem ao lado da democracia” e “respeitem a Constituição Federal”. Segundo ela, há um “golpe em curso no país” e é preciso lutar pela democracia.
A ideia inicial era que ela gravasse uma mensagem para ser veiculada nas redes sociais, mas, diante do cenário adverso para o governo federal, que encontra dificuldades para barrar o impeachment no domingo (17), ficou definido que era melhor o pronunciamento oficial.
A proposta de ir para a televisão foi construída junto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, por sua vez, gravou também uma mensagem com o discurso alinhado ao de Dilma. A fala do petista foi veiculada nas redes sociais.
Para se preparar para o pronunciamento, Dilma convocou a Brasília o cabeleireiro Celso Kamura, responsável pelo seu visual.
Corpo a corpo
Na estratégia de intensificar o corpo a corpo com deputados federais, a petista recebeu nesta sexta-feira (15) parlamentares baianos na companhia do governador Rui Costa dos Santos, do PT.
Na reta final, a ofensiva do governo federal tem sido sobre os deputados federais da Região Norte que votarão primeiro no domingo (17), como de Roraima, Amapá, Pará e Amazonas.
O objetivo é evitar que os primeiros votos criem um efeito manada sobre os parlamentares indecisos no decorrer da votação. (Folhapress)