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Brasil Doleiros brasileiros e uruguaios se associam para lavar o dinheiro do esquema comandado pelo ex-governador Sergio Cabral

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Troca de e-mails entre Dario Messer e Oscar Algorta. (Foto: Reprodução)

Doleiros brasileiros e uruguaios se associaram para lavar o dinheiro do esquema comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral no exterior. A pista foi fornecida pelos os irmãos Renato e Marcelo Hasson Chebar, delatores da Operação Eficiência, que citaram a uruguaia María Esther Campa Solaris como titular de uma conta no banco Pictet & Cie, com sede em Genebra, onde Cabral teria escondido US$ 10 milhões (R$ 31,2 milhões) da propina levada para a Suíça.

María Esther é secretária do advogado Oscar Algorta Rachetti, uruguaio já indiciado pelo juiz Sergio Moro por também lavar dinheiro para o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Além dos irmãos Chebar, Algorta era próximo de pelo menos mais um doleiro brasileiro. E-mails revelam que María Esther, em novembro de 2012, acertou uma viagem do advogado ao Rio, onde ficou hospedado durante quatro dias numa cobertura no Leblon, que pertence a Dario Messer, considerado pela Polícia Federal um dos mais atuantes doleiros do Brasil, hoje residindo no Paraguai. Messer, ao mobilizar seus funcionários para receber o advogado, explicou que Algorta era seu advogado no Uruguai.

Os investigadores tentam agora fazer a conexão entre a rede de lavagem de dinheiro e o doleiro “Juca Bala”, provável apelido do brasileiro Vinícius Claret.

Os irmãos Chebar, que revelaram a existência de um total de US$ 100 milhões escondidos por Sérgio Cabral no exterior, contaram que, quando o esquema de propina ficou grande demais em 2007, ano em que Cabral tomou posse como governador do Rio, tiveram de chamar Juca Bala para assumir as operações de lavagem. Até então, Renato e Marcelo usavam operações dólar-cabo (entrega de valores em reais no Brasil para que fossem creditados recursos em dólar no exterior) usando a própria clientela.

Obrigados, pelo gigantismo do esquema, a procurar outro doleiro que tivesse maior capacidade operacional para a lavagem, eles transferiram as operações para Juca Bala. Os delatores garantiram que não tinham nem sequer o telefone de Juca, pois falavam com ele através do programa de mensagens Messenger, usando um sistema de criptografia. Renato disse que se encontrou com Juca em pelo menos três ocasiões, mas sempre no hotel onde se hospedava em Montevidéu.

Juca, segundo ele, tinha uma estrutura no Rio para o recebimento em espécie dos valores da propina de Cabral. O esquema de lavagem, segundo os delatores, ocorrida da seguinte forma: de posse dos reais enviados por Cabral através de Carlos Miranda, Renato e Marcelo entravam em contato com Juca pelo Messenger, usando o programa PIDGIN, para fechar a taxa de câmbio. O megadoleiro, segundo eles, também usava os codinomes Ana Holtz e Peter.

Os investigadores ainda têm poucas informações sobre Juca Bala. A maior preocupação dos procuradores da República, neste momento, é recuperar o dinheiro ainda retido na conta da secretária de Algorta. María Esther é apontada como peça-chave no esquema de lavagem de dinheiro, uma vez que aparece relacionada a pelo menos 19 empresas no Panamá, alternando-se como presidente, tesoureira, secretária e diretora.

O juiz Moro, que conduz as ações da Lava Jato em Curitiba, mandou citar Algorta, réu da operação, no Uruguai, via cooperação jurídica internacional. O advogado é acusado de ter ajudado Nestor Cerveró a lavar dinheiro na compra de um apartamento de R$ 7,5 milhões em Ipanema, no Rio, em 2009.

EX-SÓCIO DE MESSER

Outra personagem pode revelar um esquema ainda maior de lavagem de dinheiro que não tem relação apenas com o ex-governador do Rio. Maria Cristina Sanchez Giraldez, contadora do Estúdio Algorta, escritório do advogado uruguaio em Montevidéu, é a representante legal de pelo menos dez empresas abertas em nome do doleiro brasileiro Enrico Vieira Machado, ex-sócio do doleiro Dario Messer. Os investigadores suspeitam que as empresas, com nomes como Blostock, Beliver e Doucet, seriam offshores para camuflar a remessa ilegal de dinheiro de brasileiros para paraísos fiscais. (AG)

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