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Por Redação O Sul | 29 de julho de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar uma lei que impõe sanções à Rússia, disse a Casa Branca na sexta-feira (28), após Moscou ordenar em retaliação um corte de centenas de postos diplomáticos nos EUA e dizer que vai confiscar duas propriedades diplomáticas norte-americanas.
O Senado dos EUA votou quase por unanimidade na quinta-feira (27) por novas sanções contra a Rússia, forçando Trump a escolher entre uma posição mais dura contra Moscou e efetivamente acabar com suas esperanças de laços amigáveis com o país ou a vetar o projeto de lei, que vem em meio a investigações sobre um conluio entre sua campanha e a Rússia.
Ao assinar o projeto e torná-lo lei, Trump não poderá aliviar as sanções contra a Rússia a não ser que obtenha aprovação do Congresso.
A retaliação de Moscou, anunciada pelo Ministério de Relações Exteriores na sexta-feira, teve ecos de Guerra Fria. Se confirmado o movimento da Rússia, ele afetaria centenas de cargos embaixada dos EUA e seria mais pesado que a expulsão por Obama de 35 russos em dezembro.
A legislação é em parte uma resposta a conclusões de serviços de inteligência norte-americanos de que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais do país em 2016, além de uma punição adicional à Rússia por ter anexado a Crimeia em 2014.
Na noite de sexta-feira, a Casa Branca emitiu um comunicado dizendo que Trump vai assinar a lei após revisar sua versão final. O comunicado não fez referência às medidas de retaliação da Rússia.
A Rússia vinha ameaçando as retaliações há semanas, e sua resposta sugere que o país deixou de lado esperanças iniciais de melhores relações com Washington sob a administração Trump.
Laços
A proposta ameaça abalar ainda mais as relações entre EUA e Rússia, que se deterioraram sob o ex-presidente norte-americano Barack Obama.
Trump esperava melhorar esses laços, mas seu governo tem sido abalado por investigações sobre eventual intromissão russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016 para ajudar Trump. O presidente nega qualquer conspiração entre sua campanha e Moscou.
Retaliação russa
Putin já negou várias vezes interferência russa na campanha eleitoral norte-americana e disse que Moscou só vai decidir como retaliar quando tiver acesso ao texto final do projeto de lei.
Em uma visita à Finlândia, Putin disse que as sanções propostas pelos Estados Unidos são “extremamente cínicas” e uma tentativa de Washington de proteger seus próprios interesses geopolíticos a custo de seus aliados na Europa.
Investigações sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial norte-americana são apenas um sintoma da crescente histeria anti-Rússia nos EUA, disse Putin. (Reuters)