Sexta-feira, 10 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2018
O jornal “The New York Times” publicou nesta terça-feira (2) uma extensa e detalhada investigação que acusa o presidente Donald Trump de participar de esquemas de evasão fiscal durante a década de 1990, incluindo casos de “fraude indiscutível”, que envolvem milhões de dólares.
A reportagem se baseia em uma vasta investigação das declarações de impostos do pai de Trump, Fred Trump, e outros registros financeiros.
Segundo o jornal, Trump recebeu o equivalente a US$ 413 milhões do império imobiliário de seu pai, começando quando ele era um bebê e continuando até hoje.
De acordo com o jornal, grande parte desse dinheiro chegou até Trump porque ele ajudava os pais a ocultarem as próprias receitas para, dessa forma, sonegar impostos. Trump e os seus irmãos, diz o NYT, montaram uma empresa fantasma para disfarçar milhões de dólares recebidos em doações de seus pais, o que os teria feito evitar milhões em impostos.
A matéria afirma que documentos provam que Trump também ajudou a formular uma estratégia para desvalorizar propriedades imobiliárias de seus pais em centenas de milhões de dólares nas declarações fiscais, reduzindo drasticamente o pagamento de impostos relativos a essas propriedades.
As manobras encontraram pouca resistência da Receita americana, diz o jornal, que acrescenta que os pais do presidente, Fred e Mary Trump, transferiram mais de US$ 1 bilhão em riqueza para seus filhos. A quantia poderia ter gerado US$ 550 milhões de impostos, de acordo com a lei da época que determinava uma imposto de 55% sobre doações e heranças.
Estas acusações contrastam com a imagem que Trump construiu para si, de um bilionário que construiu sozinho a própria fortuna, sem a ajuda familiar.
Procurado pelo NYT, Trump se limitou a emitir uma declaração por seu advogado, que afirma que as alegações são “100% falsas e altamente difamatórias” e que “não houve fraude ou evasão fiscal por ninguém. As alegações do Times estão extremamente imprecisas”.
O jornal disse que a reportagem se basou em entrevistas com antigos funcionários de Fred Trump e em mais de 100 mil páginas de documentos descrevendo as atividades de seu império econômico.
“A investigação também se baseia em dezenas de milhares de páginas de documentos confidenciais — extratos bancários, auditorias financeiras, livros contábeis, relatórios de desembolso de caixa, faturas e cheques cancelados”, disse o “Times”.
As descobertas estavam em mais de 200 declarações de imposto de renda de Fred Trump, de suas empresas e das várias afiliadas do pai de Trump. Os registros não incluíam as declarações fiscais do próprio Donald Trump.