Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2015
O ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin, preso na Suíça há 34 dias acusado de envolvimento em um esquema de corrupção, já gastou pelo menos 1,9 milhão de reais em sua defesa, que tem como prioridade evitar que ele seja extraditado para os Estados Unidos.
A Justiça norte-americana tem até sexta-feira (03) para apresentar o pedido de extradição de Marin e de outros seis dirigentes do futebol mundial que estão detidos em prisão próxima a Zurique. Os advogados tentarão, de início, evitar sua transferência, mas já têm cartas na manga para o caso de derrota.
Dois escritórios contratados pela família e amigos do dirigente – por quase 1 milhão de reais – já estudam firmar um acordo com o governo norte-americano, no qual ele se colocaria à disposição da Justiça e pagaria indenizações ao país. Os advogados admitem, inclusive, que Marin abra o seu sigilo bancário e pague ao governo norte-americano as multas correspondentes aos crimes pelos quais é acusado. O acordo desenhado pela defesa do dirigente não prevê a confissão da culpa, nem mesmo uma espécie de delação premiada. Marin descarta repassar informações à Justiça norte-americana sobre o caso.
A ideia da defesa é que, caso a extradição prospere, o acordo permita que ele não fique nos presídios de Nova York. Por causa de sua idade, a proposta da defesa é que ele tenha liberdade condicional. Se o acordo for firmado, Marin ficaria em liberdade, mas com restrições de locais onde poderia transitar. Em uma primeira etapa, ele precisaria usar tornozeleira eletrônica e, depois, poderia ficar apenas no Estado de Nova York, onde tramita o processo.
Mais à frente, o raio de restrição poderia ser expandido para os EUA todo. A defesa do cartola entende que, se houver a extradição, a melhor opção é propor esse acordo. Caso ele vá para os EUA, a ideia é pedir, inclusive, que Marin possa responder ao processo em prisão domiciliar. O cartola tem um apartamento em Nova York. Na hipótese de barrar a extradição, a estratégia será entrar com recurso na Justiça suíça para que Marin fique no país europeu enquanto responde ao processo nos EUA.
A defesa do dirigente já ouviu de autoridades norte-americanas que o processo de extradição está sendo elaborado e será enviado à Suíça até quinta-feira (02). A partir de então, a Justiça suíça pode demorar até seis meses para avaliar o pedido. (Folhapress)