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Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2018
O Estado do Alabama, nos Estados Unidos, suspendeu, pouco antes da meia-noite, a execução prevista para quinta-feira (22), de Doyle Lee Hamm por aparentemente não encontrar a veia para a injeção. Ele foi condenado à morte por matar o recepcionista de um motel durante um assalto em 1987.
O porta-voz do Departamento de Correções do Alabama, Jeff Dunn, explicou que a suspensão foi uma consequência da falta de tempo da equipe médica para iniciar o procedimento. A Justiça dos EUA, entretanto, havia autorizado a execução com um prazo de mais de três horas depois da meia-noite, que era o limite estabelecido nos protocolos. O advogado de Hamm, Bernard Harcourt, disse no Twitter que os responsáveis por executar as penas de morte “provavelmente não puderam encontrar uma veia” para administrar a injeção letal em razão do estado de saúde do preso.
A tentativa de execução foi realizada após uma longa batalha legal entre advogados e o Estado. Hamm, de 61 anos, foi diagnosticado com câncer em 2014 e os advogados usaram essa informação para argumentar que seu cliente estava muito doente e, portanto, sua execução violaria a Constituição. Eles também advertiram que o tratamento havia debilitado suas veias.
Contudo, o Estado defendeu que o linfoma de Hamm havia retrocedido em 2016, tornando sua execução constitucional. O argumento foi aceito pelos magistrados do Supremo Tribunal.
Na noite do dia 24 de janeiro de 1987, Hamm e dois cúmplices fugiam de um roubo e um tiroteio em Mississippi, seu Estado de origem, quando pararam no motel Anderson de Cullman, no Norte do Alabama. Segundo a versão de um hóspede que presenciou o ocorrido e chamou a polícia, Hamm pediu um quarto ao recepcionista, Patrick Cunningham, que disse que o estabelecimento já estava lotado.
Ele então apontou um revólver para Cunningham, o obrigou a deitar no chão e atirou na cabeça dele. O grupo roubou US$ 350 do caixa do motel e cerca de US$ 60 da carteira de Cunningham. Os três foram presos pouco depois, e os dois cúmplices de Hamm aceitaram depor contra ele após chegarem a um acordo com os promotores.
Flórida
O autor confesso do massacre de 17 pessoas em uma escola de ensino médio de Parkland, na Flórida, Nikolas Cruz, vai se declarar culpado pelos crimes para evitar que seja condenado à pena de morte. Autoridades do condado de Broward confirmaram a oferta, que no entanto, deve ser aprovada ou rejeitada pelo Estado da Flórida, segundo publicaram alguns veículos de imprensa locais.
Cruz, que sofre de problemas mentais, foi acusado de 17 assassinatos premeditados e está preso aguardando julgamento. “Ele cometeu este crime, todo mundo viu. Todos sabem, ele admitiu”, afirmou o defensor público Howard Finkelstein, ao jornal “Miami Herald”.
O jovem de 19 anos, disparou indiscriminadamente na escola Marjory Stoneman Douglas, no dia 14, com um rifle semiautomático e matou 17 pessoas. A procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, disse estar “segura” que os promotores buscarão a pena de morte para Cruz.
Além dos 17 mortos, o tiroteio de Parkland deixou 15 feridos, dos quais três permanecem em estado crítico nos hospitais Broward Health Medical Center e Broward Health North. Seu advogado, Gordon Weekes, qualificou o autor do massacre como um jovem problemático e que se encontra “profundamente arrependido” e “consciente do que está passando” durante a audiência, quando foram apresentadas as acusações.
A juíza Kim Theresa Mollica ordenou a prisão sem fiança para Cruz, quem compareceu na corte com um uniforme laranja e não estabeleceu contato visual com a magistrada. O jovem, que tinha recebido tratamento psiquiátrico por um tempo numa clínica especializada, tinha sido expulso da escola no ano passado após uma briga com o atual parceiro da sua ex-namorada.