Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2015
O Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta terça-feira (29) que decidiu banir para sempre das atividades do futebol o ex-vice presidente da entidade Jack Warner, 72 anos, acusado de envolvimento em corrupção. Segundo o comitê, a decisão foi tomada com base nas investigações ligadas às suspeitas de compra de votos para escolha das sedes das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar).
De acordo com o comitê, Warner “cometeu vários atos” irregulares de maneira repetida durante seu período como executivo da Fifa e presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe). “Em sua posição como dirigente de futebol, ele foi figura chave em esquemas envolvendo ofertas, recebimento, pagamentos ilegais”, diz o Comitê de Ética, um órgão, em tese, independente.
Warner foi considerado culpado na investigação interna sobre o processo de escolha das sedes da Copa. Ele já havia sido afastado em 2011 da entidade sob suspeita de irregularidades. O cartola é um dos personagens da ação criminal aberta na semana passada pelo Ministério Público da Suíça contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Os procuradores investigam um contrato assinado por Blatter em 2005 com a Federação Caribenha de Futebol, na época comandada por Warner.
Blatter é acusado de vender a Warner os direitos de televisão das Copas de 2010 por 250 mil dólares e de 2014 por 350 mil dólares, preços muito inferiores aos de mercado, chegando a apenas 5% do valor real. Warner teria vendido por até 20 milhões de dólares os mesmos direitos para países da região caribenha. “Esse contrato foi desfavorável à Fifa”, diz o Ministério Público. O Comitê de Ética da Fifa pode investigar Blatter, que nega qualquer irregularidade.
Na semana passada, o procurador-geral de Trinidad e Tobago, Faris Al-Rauhi, autorizou a extradição aos Estados Unidos de Warner. Ele foi preso no fim de maio e pagou uma fiança de 394 mil dólares para responder aos crimes em liberdade. Na época, se declarou inocente de todas as acusações. (Folhapress)