Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2019
Vocês estão prontos para mais um capítulo da polêmica sobre a abordagem de Bruce Lee em Era uma Vez em… Hollywood? A filha do astro especializado em artes marciais voltou a fazer sérias críticas ao diretor Quentin Tarantino e a “representação arrogante” que ele produziu do ator, vivido por Mike Moh em seu filme.
“Ele devia apenas calar a boca. Seria bom. Ou se desculpar, ou admitir que não sabe como Bruce Lee era, que apenas escreveu aquilo para o longa, que não deveria ser interpretado como sua realidade. O problemático é que, por um lado, ele quer empurrar isso como fatos, mas ainda se manter no mundo da ficção. Tarantino pode abordar Bruce Lee como quiser, tanto que fez. Mas é desonesto dizer “Bem, ele era assim, mas isso é um filme ficcional, então não se preocupem!”, argumentou Shannon Lee, em entrevista para o portal Variety.
Sem maiores spoilers, Era uma Vez em… Hollywood traz Bruce Lee criticando Muhammad Ali e provocando briga com um dos protagonistas do longa, algo que causou polêmica na mídia. No início da semana, Tarantino defendeu sua visão: “Bruce Lee era um sujeito meio arrogante. A forma como falava, eu não simplesmente inventei boa parte daquilo. Estão dizendo que ‘ele nunca afirmou poder vencer Ali’, mas ele disse. E a esposa dele, Linda Lee, também falou isso na primeira biografia dela que li.”
Sobre tal questão, Shannon Lee esclarece que o pai não era uma pessoa perfeita, mas argumenta que a crítica usada como Quentin Tarantino, como referência, foi feita por um crítico – sendo apenas uma citação apenas no livro de sua mãe, Bruce Lee: The Man Only I Knew, sem ser de sua autoria.
Com um elenco formado por Leonardo DiCaprio, Margot Robbie, Brad Pitt, Al Pacino, Kurt Russell, Dakota Fanning, Bruce Dern, Lena Dunham, Margaret Qualley, Maya Hawke e mais, Once Upon a Time… in Hollywood (no original) já está em exibição nos cinemas brasileiros.
Seria exagero dizer que Era uma Vez… em Hollywood subverte o glamour do cinema: ele apenas não se interessa por este aspecto, deixando-o em segundo plano ao privilegiar a metalinguagem dos personagens-que-interpretam-personagens.
Felizmente, o filme conta com um elenco invejável. Tarantino atingiu aquela fase da carreira em que contratar qualquer ator que desejar, mesmo para papéis pequenos, porque qualquer nome da indústria gostaria de ser associado a um novo projeto do cineasta. DiCaprio aparenta se divertir muito no personagem do sujeito infantil, enquanto Pitt encarna o monstro gentil, o tipo cujos sorrisos dóceis escondem uma ferocidade implacável quando necessário. Ambos possuem cenas deliciosas com personagens secundários – o encontro entre Rick e a atriz mirim, a luta improvisada de Cliff e Bruce Lee -, mas confinam-se na maior parte do tempo às suas casas e seus carros, quando conversam, apiedam-se sobre si mesmos, assistem à televisão juntos, comem qualquer prato improvisado que encontram na geladeira.