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Armando Burd Giro incontrolável

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Apadrinhamento, insistência e erro de cálculo: a novela da substituição no Ministério do Trabalho sintetiza o Brasil. (Foto: Luis Macedo/Agência Câmara)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Mais se parece carrossel do que ministério. Em um ano e oito meses, o presidente Michel Temer substituiu 15 integrantes do primeiro escalão. Pelo menos outros 11 ministros sairão até abril para disputar a eleição.

Com tantas mudanças, não há como dar continuidade a ações.

Capítulo a mais

Apadrinhamento, insistência e erro de cálculo: a novela da substituição no Ministério do Trabalho sintetiza o Brasil.

Da série Acontece

O preenchimento de vagas em ministérios daria uma enciclopédia. Coisas do mundo encantado de Brasília. Em janeiro de 2008, para satisfazer a ala Sarney do PMDB, Edison Lobão foi escolhido para a pasta de Minas e Energia. Mesmo desconhecendo o setor e estando envolvido no caso de assinatura falsa para criação de uma empresa, não tinha como recusar: seu suplente era Edison Lobão Filho, o Edinho.

Tão logo foi divulgada a notícia, repórteres foram correndo falar com o novo integrante do ministério. O máximo que disse: “Vou me informar sobre energia elétrica, sobre hidrelétricas, sobre gás, sobre petróleo”.

Quer dizer, conhecia muito…

A clientela pressiona

Em ano eleitoral costuma ocorrer uma espécie de colapso programado nas finanças do governo federal. Mesmo que o déficit do orçamento aprovado pelo Congresso vá a 160 bilhões de reais, a pressão de governadores e prefeitos torna-se muito forte. O Ministério da Fazenda será obrigado a se endividar mais ainda para atender aos pedidos. Só de juros, a União pagou 17 bilhões de reais nos primeiros 15 dias deste ano.

A consequência é conhecida: virá a tentativa de elevar impostos com a perda de competitividade de nossos produtos e o acúmulo de problemas estruturais.

Condição indispensável

Na ânsia de ver antecipada a decisão, muitos esquecem ou desconhecem um artigo da Lei Orgânica de 1979: “É vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério”.

É uma garantia da sociedade.

Mudança

Há fortes sinais de que, na relação com a Assembleia Legislativa, a prudência será deixada de lado. Os aliados do governo terão de vestir não só a camiseta, mas calção, meias e chuteiras. A conclusão é de que, nas votações, o time deverá jogar sem desfalques de última hora. Caso contrário, surgirá o cartão vermelho.

Despesa extra

O governo do Estado pagou 73 milhões de reais como indenização por atrasos dos salários no ano passado. É direito líquido e certo dos funcionários.

Só assim evitou enxurrada de ações judiciais em que teria de desembolsar muito mais.

De qualquer modo, num orçamento deficitário, não é pouco e mostra o custo adicional do cofre insuficiente para cobrir despesa básica.

Tarrafa eleitoral

Conversas preliminares para formação de alianças já ocorrem. Mais uma vez, será do tipo Arca de Noé. Entrarão todos os partidos que quiserem sobreviver, ganhando cargos. Para efeito externo, usarão o argumento da governabilidade. Outros chamarão de pragmatismo. É bem pior.

Não saem do buraco

Em janeiro de 1998, o governo federal pôs em andamento um pacote de socorro às prefeituras, refinanciando suas dívidas e fazendo cair de 40 para 6 por cento o pagamento anual de juros. Um remendo para tirar os municípios do sufoco.

A solução só viria com uma ampla reforma tributária, que discutisse a distribuição da receita. Isso, porém, não interessa ao governo federal, que usa seu poder para ficar com a maior parte.

Passados 20 anos, as prefeituras seguem em busca de um tubo de oxigênio.

Acordam cedo

Alguns partidos começam a treinar pré-candidatos, tentando quebrar o discreto charme da breguice que caracteriza as falas nos programas de propaganda eleitoral.

A conta

Se os blocos humorísticos retornassem aos desfiles de Carnaval em Porto Alegre, o público aplaudiria a crítica a políticos. Faria sucesso o que se denominasse Eles Erram e Nós Pagamos.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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