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Brasil A Justiça Federal decretou a prisão preventiva de um cientista da Universidade de São Paulo acusado de desviar 930 mil reais

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Após a abertura da investigação administrativa, no final de 2016, o professor pediu exoneração. (Foto: EBC)

A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do cientista Marcelo Rodrigues de Carvalho, ex-professor da USP, acusado de desviar cerca de R$ 930 mil do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências. Carvalho, que também teve bens bloqueados pela Justiça, teria desviado verbas de um programa de pós-graduação que coordenava, mediante a apresentação de notas fiscais simuladas.

O caso foi revelado pelo jornal “Folha de S.Paulo” em maio. Começou a ser investigado quando um grupo de professores desconfiou da informação de que não havia verba disponível para determinado projeto.O departamento fez, então, um inventário dos produtos que teriam sido adquiridos por Carvalho e constatou uma série de impropriedades.

Muitos produtos nunca foram localizados nos laboratórios. Outros estavam em quantidades bem inferiores aos indicados nos registros. O total de corante descrito nas notas, por exemplo, seria suficiente para colorir aproximadamente 23,5 milhões de peixes com vermelho alizarina e outros 44 mil com azul alcian. Na lista de compras havia, inclusive, insumos que nem são utilizados pelo Departamento de Zoologia da USP.

Após a abertura da investigação administrativa, no final de 2016, o professor pediu exoneração do seu cargo na universidade e foi morar nos Estados Unidos. A Justiça ordenou a inclusão do seu nome na lista de procurados da Interpol, que deverá emitir a notícia para todos os 188 países membros da organização internacional. Caso seja preso no exterior, o Brasil terá de formalizar pedido de extradição.A reportagem não conseguiu localizar o professor para ouvir sua versão dos fatos.

Em carta que enviou a colegas, em 2015, o cientista disse que todos os gastos foram feitos segundo as instruções da Capes (órgão do Ministério da Educação que fomenta e regula a pós-graduação) e que nunca teve um único problema com a prestação de contas. “Além disso, despesas usualmente foram aprovadas por pelo menos dois professores de pós-graduação”, afirmou no documento.

Disse ainda que efetivou as compras solicitadas “por orientadores e seus alunos (…) desde que sua utilização trouxesse claro benefício ao programa, à formação de nossos alunos e à facilitação da pesquisa futura”. O Ministério Público Federal passou a investigar o caso em parceria com a Secretaria da Fazenda depois da conclusão da auditoria.

Um servidor da universidade (Eduardo Netto Kishimoto) e dois empresários (Marcos Simplício, da Tec Science, e Sérgio dos Santos, da Bellatrix), de acordo com a acusação, teriam auxiliado o cientista nas fraudes. Na ação por improbidade administrativa, a procuradora da República Anamara Osório Silva descreve e-mails nos quais o professor autoriza o servidor a pagar 30% do valor da nota fiscal fria à empresa Tec Science. “Pode mandar fazer, 30% sai 1.800. [É] caro, mas é o jeito.”

Em outra mensagem, faz orientações sobre a elaboração de um atestado de compra. “Quanto à nota, pode ser álcool, vidraria, formol, que serve. Quando eles conseguem entregar essa nota?”. E conclui: “E aí, como faço, pego o dinheiro contigo?”

A reportagem procurou o servidor em seu departamento na USP, mas foi informada que ele está em férias. Kishimoto não atendeu às ligações feitas para o seu celular. Marcos Simplício, da Tec Science, disse à reportagem que tem todo interesse em esclarecer o assunto, mas que faria sua defesa apenas depois de tomar conhecimento oficial das acusações que lhe são imputadas.

Sérgio dos Santos, da empresa Bellatrix, afirmou que as compras foram todas regulares e que nunca emitiu nota fria para a universidade. “Tudo que está descrito nas notas foi exatamente entregue à universidade”, disse. “Mas não tenho como saber o que foi feito da mercadoria. Se o professor extraviou, perdeu ou vendeu, não tenho como saber.”

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