Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2019
A Justiça Militar terminou, nesta sexta-feira (28), de escutar as testemunhas de defesa dos militares do Exército que se envolveram na morte do catador Luciano Macedo e do músico Evaldo Rosa. Os dois foram baleados quando acontecia uma operação, no dia 7 de abril, no bairro de Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro. Entre estas quinta e sexta, foram ouvidas 11 pessoas.
Segundo a promotoria, no mês de agosto, devem ser escutadas mais pessoas que presenciaram o ocorrido, para que o caso termine ainda neste ano. A ação aconteceu quando Evaldo e sua família estavam indo para um chá de bebê e se depararam com uma patrulha do Exército. Logo depois, o carro foi atingido por 80 tiros. O músico acabou morrendo e seu sogro Sérgio Gonçalves ficou ferido. Os demais ocupantes do veículo saíram ilesos. Já o catador foi baleado quando tentava ajudá-los.
A promotora Najla Nassif disse que o Ministério Público Militar (MPM) defende a condenação para todos os envolvidos no fato. “Disparar do jeito que aconteceu, isso nunca poderia ter sido feito. Os militares fizeram a suposição de que havia autores do roubo anterior, porque o carro tinha a mesma cor e modelo, então eles dispararam pela suposição absolutamente equivocada. Isso conduziu a esse erro, que levou a um crime que causou a morte de dois civis. Aponta para a condenação dos militares, nos termos que colocamos na denúncia, por homicídio consumado, tentado e omissão de socorro”, explicou a promotora.
Já o advogado de defesa Paulo Henrique Pinto de Mello, ressaltou que o local onde transcorreu a ação tem um alto índice de tráfico de drogas e que isso causa uma grande tensão nos militares. Segundo o advogado, há a hipótese de que tenha havido tiros dos traficantes contra a guarnição.
“Os depoimentos realizados hoje (28) só mostram que os militares agiram de forma adequada e dentro do que prevê a lei. Pela manhã, eles [os militares, em ação anterior, contra criminosos] ficaram encurralados, sob forte quantidade de tiros do tráfico local. Os réus estiveram sob forte tensão nervosa. Mais à frente, foram alvejados, e a defesa vai comprovar isso, possivelmente por traficantes que estivessem posicionados no prédio, e reagiram à altura, considerado o número de militares”, expressou Pinto de Mello.