Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Light Rain

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Esporte Liverpool x Barcelona: a consagração de uma forma de sentir o futebol

Compartilhe esta notícia:

Tottenham e Liverpool (foto) disputam o título da Liga dos Campeões neste sábado. (Foto: Reprodução)

Aconteceu em Anfield algo além da vitória de uma maneira de jogar futebol. Foi a consagração de uma forma de sentir futebol, de vivê-lo na rotação máxima, no volume máximo, fazer o jogo pulsar.

O alemão Jürgen Klopp tem pouco mais de três anos e meio à frente do Liverpool. Neste tempo, conseguiu convencer de tal forma o clube e a torcida a se envolverem com sua sensibilidade para o jogo que a fidelidade à identidade tornou-se tamanha a ponto de, por vezes, prescindir dos intérpretes mais talentosos. Não estavam Salah e Roberto Firmino. Do outro lado, estavam Messi e um Barcelona que construíra vantagem exagerada de 3 a 0 no jogo de ida. Pois o Liverpool fez 4 a 0 e vai à final da Liga dos Campeões pelo segundo ano seguido.

Há momentos em que este Liverpool parece capaz de fazer quantos gols o jogo lhe exija, tamanha a capacidade de sufocar, pressionar, jogar futebol como o pugilista que soca o rival com fôlego interminável e piedade inexistente. Foi assim o segundo tempo.

É até injusto resumir todas as qualidades do futebol idealizado por Jürgen Klopp em questões anímicas, em atitude, porque há imensas doses de ordem no que por vezes parece um caos: abafar o rival, roubar a bola, chegar com rapidez máxima ao gol, ter mobilidade constante no ataque, tudo isso exige trabalho. São quase quatro anos, nenhuma taça ainda. Será que o Brasil aceitaria esperar?

Claro que resultados assim se constroem, também, em noites em que tudo funciona. O gol rápido era essencial, e surgiu em erro de Jordi Alba, dono de atuação desastrosa. Mas surgiu também da pressão ofensiva de um Liverpool que decidira ignorar seus desfalques e, simplesmente, tentar.

“Se conseguirmos, maravilhoso. Se não, vamos falhar da forma mais bonita possível”, disse Klopp na véspera do jogo, no que talvez tenha sido o primeiro gol do Liverpool.

Placar aberto por Origi, o Liverpool retratava a crença em sua concepção de futebol. Moeu o Barcelona nos primeiros minutos, mas é duro manter tanto ritmo o tempo todo. O jogo mudou quando o Barcelona, que, montado novamente com Vidal no meio-campo para ter vigor, passou a apostar na pausa e no controle da bola para contra-atacar. O gol que decidiria o confronto se ofereceu, e o roteiro do jogo reacendeu o debate sobre Messi. Sua atuação deu munição a detratores e adoradores.

É justo dizer que Messi criou as melhores chances do Barcelona na fase do jogo em que o time catalão foi superior: a segunda metade da primeira etapa. Deu um passe genial para Jordi Alba e dois para Suárez.

Mas também é fato que, em uma das vezes em que ficou diante de Alisson fez a escolha errada ao tentar driblar Matip em vez de chutar. Acabou desarmado. Messi não colocou o jogo no bolso, mas se envolveu em todas as finalizações do time. Impossível culpá-lo.

Certo mesmo é que o Barcelona não conseguiu lidar com o Liverpool do segundo tempo, um time que tinha uma montanha ainda maior a escalar ao perder o lateral Robertson. Klopp foi Klopp, e o Liverpool foi Liverpool diante da nova adversidade. A opção foi pelo meia holandês Wijnaldum, com Milner passando à lateral. Na verdade, a opção foi não economizar energia. Vidal, um dos melhores do primeiro tempo, agora era sufocado, assim como Rakitic. A pressão insana isolava Messi e Suárez do jogo. Aos 11 minutos, Wijnaldum já marcara duas vezes. Era um golpe atrás do outro em um Barcelona tonto, diante de um estádio alucinado.

O Barcelona jamais voltou ao jogo, como evidencia a postura da sua defesa quando o Liverpool teve um córner a favor, a 11 minutos do fim. Uma bola que estava indevidamente no campo foi retirada por um jogador do Barcelona, enquanto o lateral Alexander Arnold simulou que desistira de bater. Aproveitou que Origi estava sozinho na área, sem que o Barça estivesse posicionado para defender. Origi fez o quarto e desatou a loucura.

Não é exatamente um gol de uma construção futebolística: tem doses de esperteza, astúcia, travessura. Dentro da regra, ainda que se argumente que jogadores se habituaram, por uma convenção não escrita, a obedecer um ritual em escanteios: uma pausa, o posicionamento padrão e, enfim, a cobrança. Essa regra ruiu. Talvez para sempre. Nenhum time negligenciará mais a simples aproximação do batedor do local de cobrança. Arnold pode ter rompido um paradigma.

A história do Liverpool também não será a mesma, tampouco o reconhecimento a Klopp. A noite de Anfield é destas que demarcam uma era. No dia 1º de junho, em Madrid, o clube pode ser campeão europeu pela sexta vez. Com a cara deste alemão, para quem o futebol se joga como se sente.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Esporte

Com o artilheiro Sáez no banco, Universidad Católica promete: “sairemos com tudo em busca da classificação”
O atacante Rafael Sobis atingiu a vice-artilharia do Inter em Libertadores
https://www.osul.com.br/liverpool-x-barcelona-a-consagracao-de-uma-forma-de-sentir-o-futebol/ Liverpool x Barcelona: a consagração de uma forma de sentir o futebol 2019-05-08
Deixe seu comentário
Pode te interessar