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Por Redação O Sul | 18 de maio de 2018
As cidades de Londres e Nova York estão testando orelhões que fazem ligações grátis. Em Londres, telas nas calçadas anunciam ligações telefônicas grátis para todo o Reino Unido. Meio escondido, na lateral do anúncio, está o aparelho para fazer as chamadas.
Estes totens, que juntam duas telas de 55 polegadas, um tablet e um roteador wi-fi, prometem substituir as tradicionais cabines telefônicas vermelhas da cidade. Estes dispositivos, chamados de InLink, começaram a ser instalados no ano passado em algumas ruas da capital inglesa.
Além das chamadas, o aparato também oferece portas USB para carregar celulares, acesso wi-fi a velocidade de até 1 Gb por segundo e acesso a informações como mapas e serviços nos arredores.
Para fazer ligações, os usuários devem conectar seus próprios fones de ouvido. O serviço é pago com a renda gerada pelos anúncios. Além de propaganda, as telas grandes exibem a previsão do tempo e a situação das linhas de metrô.
O InLink é inspirado em um projeto similar de Nova York, chamado LinkNYC e iniciado em 2016, com a meta de instalar ao menos 7.500 unidades ao longo de oito anos.
O wi-fi oferecido pelo serviço norte-americano foi usado para enviar 14 bilhões de e-mails e ouvir 239 milhões de músicas em seus primeiros 18 meses de operação, de acordo com a empresa fornecedora.
Em Nova York, inicialmente os aparelhos permitiam acesso livre à internet, mas a navegação foi restrita depois que pessoas foram flagradas usando eles para ver pornografia.
Apesar de alguns problemas, a iniciativa ajudou a democratizar o uso da tecnologia. Moradores de rua passaram a usar os novos orelhões para recarregar seus celulares e assistir a vídeos de música, segundo a agência Associated Press. No entanto, alguns se excederam: levaram cadeiras e passaram horas vendo conteúdos, monopolizando o acesso ao aparelho.
Índice de Confiança Digital
Em uma escala de 1 a 5, o brasileiro possui expectativa positiva em relação à tecnologia, no valor final de 3,92. Na mesma proporcionalidade, 4,38 esperam sempre o melhor da tecnologia; 3,74 acreditam que vão perder o emprego e 3,05 afirmam que ela traz angústia. Os números são do ICD (Índice de Confiança Digital), estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), que mede a confiança de consumidores em diversos segmentos, como mudanças políticas, sociais, econômicas, ambientais ou mesmo tecnológicas.
André Miceli, coordenador do curso de MBA em Marketing Digital, destaca que acompanhar a mudança nesse indicador ao longo do tempo será uma fonte de informação importante para mapear quais fatores exercem força sobre a confiança digital e como esse fator pode indicar um comportamento no mercado como um todo.
A pesquisa aponta ainda que os jovens são menos otimistas quanto à tecnologia. Apesar dos jovens de 13 a 17 anos serem os que mais usam a tecnologia para relaxar, eles possuem quatro dos piores desempenhos das sete perguntas do ICD. “O que mais chama atenção é a sensação de angústia e ansiedade, que resulta no pior índice de confiança digital entre todas as outras segmentações por idade”, destaca Miceli.
O público com mais de 65 anos de idade possui o pior desempenho em 3 das 7 perguntas, embora com ICD mediano. Mas chama a atenção o comportamento perante a afirmação. “Muitas pessoas vão perder o emprego em função da tecnologia” – 80% concordam, mesmo que parcialmente, com essa afirmação. “Isso nos leva concluir que esse público é o que mais se sente ameaçado pelos novos recursos”, conclui André Miceli.
Apesar do cenário político e econômico no Brasil vir oscilando nos últimos anos, a primeira amostra do ICD revelou que 91% dos entrevistados espera o melhor da tecnologia. “Ninguém, entre as 1.158 pessoas entrevistadas de todas as regiões, faixa etária, gênero ou escolaridade, discorda plenamente que espera sempre o melhor da tecnologia”, analisa o especialista em marketing digital.