Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2019
O ministro da justiça, Sérgio Moro, falou sobre o vazamento das mensagens com o procurador Deltan Dallagnol. Em entrevista para a “O estado de S. Paulo”, o ministro afastou a possibilidade de deixar o cargo e afirmou que o diálogo com procuradores e advogados é comum durante o processo. “Essa interlocução é muito comum. Sei que tem outros países que têm práticas mais restritas, mas a tradição jurídica brasileira não impede o contato pessoal e essas conversas entre juízes, advogados, delegados e procuradores”, disse Moro.
Além disso, contestou que tenha existido conluio com o MP na condução da Lava Jato. “Não tem nada, nunca houve esse tipo de conluio.” Segundo ele, “muitas diligências requeridas pelo Ministério Público foram indeferidas, várias prisões preventivas. O pessoal tem aquela impressão de que o juiz Moro era muito rigoroso, mas muitas prisões preventivas foram indeferidas, várias absolvições foram proferidas. Não existe conluio. Agora, a dinâmica de um caso dessa dimensão leva a esse debate mais dinâmico, que às vezes pode envolver essa troca de conversas pessoais ou por aplicativos. Mas é só uma forma de acelerar o que vai ser decidido no processo”.
Sobre os ataques, Moro acredita que tenham sido feitos por um grupo contratado. “A Polícia Federal está empenhada, mas essas investigações às vezes levam algum tempo dada a dificuldade de rastrear. Eu não acredito que seja um autor só, acho que é um grupo criminoso contratado para atacar as instituições brasileiras”.