Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2018
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) entrará no mercado de moedas virtuais própria para realizar suas operações e lançará nas próximas semanas o Trubudget. A tecnologia com base em blockchain será usada pelos tomadores de crédito do BNDES para pagar seus fornecedores.
Conforme indicou à Reuters o diretor de Planejamento e Crédito do banco, Carlos Alexandre da Costa, nesta quinta-feira, a criptomoeda deve ser implementada a partir de maio e vai valer apenas para operações realizadas pelo próprio banco de fomento. A tecnologia de pagamento foi selecionada por permitir que o banco rastreie os pagamentos por meio de um sistema eletrônico
Como permite transações sem necessidade de intermediadores, o blockchain é uma tecnologia que pode evitar certos tipos de fraude. Usada no Bitcoin, ela permite também armazenamento permanente de maneira incorruptível.
“Seremos o primeiro banco de desenvolvimento a usar a tecnologia blockchain no mundo. A grande vantagem é dar transparência às operações”, disse Carlos Alexandre da Costa, que apontou, também, que será possível acompanhar até o segundo nível de pagamento, ou seja, quando um fornecedor subcontrata outro.
Como funciona
Com todos os registros arquivados no blockchain, para todo financiamento aprovado o BNDES vai repassar determinada quantia de moedas virtuais à empresa ou organização que solicitou os recursos. Na sequência, a criptomoeda será usada para contratar fornecedores previamente cadastradas na ferramenta. Com esse processo, os fornecedores poderão converter a moeda virtual em reais.
A diferença para o bitcoin, moeda virtual mais famosa, é que a do BNDES terá lastro e vai corresponder ao valor do repasse ou financiamento, algo não permitido com o bitcoin.
A moeda do BNDES deve ser inaugurada com operações envolvendo o Fundo Amazônia, criado ainda no governo do PT para apoiar iniciativas sustentáveis e de preservação da Amazônia brasileira.
O fundo Amazônia é gerido pelo BNDES e tem países da Europa como principais patrocinadores. “Será uma operação totalmente lastreava em 100 por cento e só para operações do banco (e não agentes financiadores) e inicialmente deve valer para algumas operações selecionadas do Fundo Amazônia”, disse Costa.
O diretor ressaltou que a entrada no banco no mercado de moedas virtuais dará mais transparência às operações do banco uma vez que os recursos emprestados poderão ser monitorados eletronicamente pelo BNDES. “Queremos que o banco migre para o século 21”, disse o executivo.
A plataforma tecnológica para viabilizar a moeda digital foi desenvolvida em parceria com o banco alemão KfW.