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Mundo O envelhecimento desafia Portugal: Em cinco décadas, o país poderá ter só metade da população em idade produtiva

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Pesquisa aponta que mais da metade das pessoas acima de 60 anos trabalha na informalidade. (Foto: Reprodução)

A cidade de Silves concentra as suas casas brancas de telhas laranja entre o imponente castelo, no alto do morro, e o Rio Arade. De um oposto ao outro, as vielas e ruas históricas desertas aguardam a chegada do verão e dos turistas à região do Algarve. A primavera já está mais quente e a temperatura é ideal para um passeio. Mesmo assim, existe um vazio no ar. Não há gente. O local onde vivem cerca de seis mil pessoas é um dos retratos da cena atual de Portugal, que em 50 anos poderá ter apenas metade dos habitantes em idade ativa em um país cuja população é envelhecida e encolhe há nove anos consecutivos. As informações são do jornal O Globo.

Fora do eixo Lisboa-Porto, onde estudantes, imigrantes e viajantes misturam-se aos locais e povoam as cidades, é possível identificar nos rostos das pessoas que moram em aldeias ou em cidades pequenas como Silves a pior face do desequilíbrio demográfico português. Em 2017, nasceram 86.180 portugueses e morreram 110.197. A diferença de 24.017 é a maior deste século, dizem os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Instituto Nacional de Saúde (INSA).

O número de mortes avança este ano em proporção preocupante. De 1º de janeiro a 9 de junho, morreram 54.873 pessoas (o mais alto em uma década), 3.131 a mais que o mesmo período de 2017, informa a Direção Geral da Saúde. Do total, 72% são idosos com mais de 75 anos, vítimas, sobretudo, de uma intensa epidemia de gripe.

Os dados nacionais ganharam um novo embasamento, dessa vez do relatório trienal de envelhecimento da Comissão Europeia. Em 2070, Portugal terá oito milhões de habitantes, dois milhões a menos que atualmente, uma diferença de 23%. A população apta a trabalhar, segundo critérios do Eurostat, é de 15 a 64 anos e esta faixa sofrerá uma redução de 37%, passando dos atuais 6,7 milhões para 4,2 milhões. Ou seja, quase a metade da população portuguesa em 2070 poderá ser formada por pessoas fora da escala produtiva. O relatório alerta que o país terá o potencial mais baixo da Europa em termos de crescimento da economia nacional. A expectativa de vida é de 77 anos para homens e 83 para as mulheres. A idade mediana dos residentes é de 44,4 anos.

No último congresso do Partido Socialista (PS), o premiê socialista António Costa anunciou que passará a dar mais atenção ao problema demográfico. Ele afirmou que a prioridade do próximo Orçamento do Estado será tentar equilibrar o balanço através de um programa capaz de gerar empregos e fomentar o empreendedorismo, criando condições para o regresso dos jovens portugueses que deixaram o país nos anos de crise econômica.

Em relação ao aumento da natalidade, Costa garantiu que o governo irá propor um acordo para as novas gerações para conciliar a vida profissional e familiar, introduzindo uma política de horários de trabalho adaptado às fases da vida para os jovens casais “terem os filhos que quiserem”.

Na sessão com militantes do PS em Évora, em maio, Costa explicou:

“É preciso criar condições para que possa aumentar a natalidade. Os jovens têm de ter a oportunidade, não só de encontrar trabalho, mas trabalho digno, pago a preço justo. Sem casa e com trabalho precário, ninguém constitui família, ninguém tem filhos.”

Em Portugal, quem nasce longe das capitais primeiro se qualifica em uma universidade distante de casa, luta para arrumar um emprego em Lisboa ou Porto e, quando não consegue, emigra para países que pagam maiores salários que Portugal, onde o vencimento mínimo é de 676 euros. Na vizinha Espanha, o mínimo é de 858 euros.

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