Brasil O Ministério Público vai intimar Flávio Bolsonaro a depor sobre a movimentação financeira de seu ex-motorista
Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2018
Nessa sexta-feira, o MP (Ministério Público) do Rio de Janeiro informou nessa sexta-feira que vai intimar o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL) a prestar depoimento no dia 10 de janeiro, no processo que investiga a movimentação de R$ 1,2 milhão na conta bancária do ex-policial militar Fabrício Queiroz, que trabalhou como motorista no gabinete do parlamentar. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) classificou essa movimentação como “atípica”.
O ofício com o convite para o depoimento será enviado ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que por sua vez deverá encaminhar o documento a Flávio Bolsonaro. O deputado e agora senador eleito é filho do presidente eleito Jair Bolsonaro.
“O MP-RJ esclarece que dando prosseguimento às investigações será enviado oficio ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, sugerindo o comparecimento do deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro, no dia 10/01, para que preste esclarecimentos acerca dos fatos”, diz um comunicado do órgão.
Também por meio de nota, Flávio Bolsonaro argumenta que “não fez nada de errado” e que “não é objeto de investigação”. Garante, ainda, que estará “à disposição das autoridades competentes, por ser o principal interessado na elucidação dos fatos”.
Internação
No mesmo texto, o Ministério Público informou que Queiroz faltou pela segunda vez ao depoimento, que estava marcado para esta sexta-feira . Ele faltou ao depoimento marcado para a última quarta-feira e por isso a oitiva foi remarcada. Tratado como investigado, ele era aguardado para falar ao Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça.
O advogado de Queiroz comunicou que o ex-assessor compareceu ao MP para informar que seu cliente “precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos”.
O MP informou ainda que familiares de Fabrício Queiroz serão ouvidos no dia 8 de janeiro. Outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro também prestarão depoimento, em data a ser marcada.
Coaf
O Coaf identificou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro deste ano, além de um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro – o presidente eleito Jair Bolsonaro alega se tratar do pagamento de uma antiga dívida pessoal do policial militar.
As transações atípicas foram reveladas pelo jornal “O Estado de São Paulo” no dia 5 deste mês. Desde a divulgação dos dados, Queiroz ainda não se justificou em público. À imprensa, o ex-assessor disse que não sabia nada sobre o assunto.
O nome de Queiroz consta na folha de pagamento do Legislativo fluminense de setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL- 3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado no último dia 15 de outubro.
