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Brasil O Ministério da Agricultura bloqueou a exportação de aves da companhia de alimentos BRF para a União Europeia

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A BRF é uma das maiores companhias de alimento do mundo. (Foto: Divulgação)

A BRF anunciou que 10 de suas unidades tiveram a exportação de produtos de aves para União Europeia bloqueadas pelo Ministério da Agricultura. Em comunicado ao mercado, a empresa afirma que o governo decidiu interromper temporariamente, a partir desta sexta-feira (16), “a produção e certificação sanitária dos produtos de aves da BRF exportados do Brasil para União Europeia”.

“É importante ressaltar que todos os produtos já alocados na região, bem como os produzidos e embarcados antes do dia 16 de março podem ser comercializados e utilizados sem restrições”, diz a BRF.

A companhia diz ainda que está marcada para a próxima semana uma reunião na cidade de Bruxelas, na Bélgica, para o Ministério da Agricultura prestar esclarecimentos técnicos às autoridades sanitárias da União Europeia. “Após o encontro a medida será reavaliada”, diz. A companhia reitera que vem mantendo interlocução com as autoridades locais e internacionais, prestando esclarecimentos necessários.

“A BRF manterá seus acionistas e o mercado em geral devidamente informados sobre qualquer nova informação relacionada ao presente comunicado”, conclui.

Erros

Um clima surpreendentemente cordial prevaleceu durante o encontro dos nove membros do conselho de administração da fabricante de alimentos BRF na manhã do dia 5 de março na sede da companhia, na zona oeste de São Paulo. A empresa acabara de ser informada — da maneira mais dramática — que é a investigada central da Operação Trapaça, da Polícia Federal, que apura suspeitas de fraudes em exames feitos em seus produtos. Onze profissionais ligados à companhia, incluindo o ex-presidente Pedro Faria, haviam sido presos horas antes (e ficaram detidos por uma semana, embora ainda não sejam réus). Os nervos, portanto, estavam à flor da pele. Não só pela surpresa da manhã mas também pela importância do tema que seria tratado naquele dia para o futuro da BRF.

Marcada a pedido dos fundos de pensão Previ e Petros, que, juntos, têm 22% do capital, a reunião tinha o objetivo de definir uma data para a assembleia em que os mais de 30.000 acionistas da empresa serão convocados a eleger o novo conselho de administração. O pedido é um ataque frontal a Abilio Diniz, presidente do conselho e dono de cerca de 4% do capital da BRF, e da gestora Tarpon, com 7% de participação. Na nova chapa proposta, não há um único representante do empresário. Na superfície, o ambiente da reunião era de cortesia. Abilio propôs que a assembleia que vai votar o novo conselho aconteça em 26 de abril — um prazo que parece exageradamente longo para uma empresa com tantos problemas. Ainda assim, todos os conselheiros concordaram.

Nos bastidores, porém, a briga corria solta. Abilio, Tarpon, os fundos de pensão e os demais acionistas e conselheiros da BRF estão imersos numa disputa de poder que avançou no mesmo ritmo que as dificuldades enfrentadas pela companhia nos últimos anos. O que for resolvido nas próximas semanas poderá ajudar a tirar a empresa do caos — ou aprofundar a crise. A seu estilo, Abilio já avisou aos mais próximos: entrou pela porta da frente e quer “sair pela porta da frente”. E a dignidade, segundo ele tem dito, pode estar na paz ou na luta.

O drama dos dias de hoje contrasta com a euforia que reinava entre os acionistas da BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, com um faturamento de 34 bilhões de reais, poucos anos atrás. Resultado da união de duas empresas rentáveis, a Perdigão e a Sadia (que registrara prejuízo com operações financeiras, mas tinha negócios bem-sucedidos), a BRF era considerada uma espécie de “Ambev das carnes”, com potencial de crescer globalmente.

Nunca houve muita polêmica quanto à maneira de realizar esse potencial: ganhar relevância internacional, fortalecer as marcas e incutir uma cultura única, uma missão complicada numa fusão entre rivais. Uma sequência de erros de execução, porém, somada a uma trama cheia de conspiração, desconfiança mútua e embate de egos levaram o plano a um fim melancólico.

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