Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2018
O papa Francisco condenou fortemente o ataque contra a sinagoga Tree of Life [Árvore da Vida], em Pittsburgh, no sábado (27), e pediu a extinção de “focos de ódio” e por valores morais e civis mais fortes. Falando a peregrinos na Praça de São Pedro após missa, neste domingo (28), Francisco disse que o ataque de sábado, no qual 11 pessoas foram mortas e seis ficaram feridas, foi “terrível”.
“Todos nós, na realidade, estamos feridos por esse ato desumano de violência”, disse Francisco, que tem frequentemente condenado o antissemitismo, e que escreveu um livro com um rabino em Buenos Aires, quando era arcebispo da cidade, antes de se tornar papa.
Francisco expressou sua proximidade com toda a população de Pittsburgh “e particularmente com a comunidade judaica, atingida por um terrível ataque na sinagoga”. Ele pediu orações para as famílias das vítimas e para a recuperação dos feridos.
“Que o Senhor nos ajude a acabar com os focos de ódio que irrompem em nossas sociedades, fortalecendo um senso de humanidade, respeito pela vida, valores morais e civis e o medo sagrado de Deus, que é o amor e o pai de todos”, afirmou Francisco.
Robert Bowers, de 46 anos, foi detido após o tiroteio com policiais que foram chamados após o ataque à sinagoga. Procuradores federais acusaram Bowers de 29 crimes, incluindo obstrução do livre exercício de crenças religiosas, crime de ódio e de violar as leis dos direitos civis dos Estados Unidos.
Casamento
Enquanto o Vaticano enfrenta o crescente escândalo de abusos sexuais e a redução do número de padres em todo o mundo, inicia uma discussão formal sobre uma questão que é um antigo tabu: abrir o sacerdócio para homens casados em partes do mundo onde o clero é escasso.
O papa Francisco convocou uma reunião de bispos sul-americanos para o próximo ano a fim de discutir as dificuldades da Igreja Católica na Amazônia, um vasto território servido por muito poucos padres. Durante esse sínodo, a questão de ordenar homens casados de virtude comprovada – os chamados viri probati – deverá estar na agenda.
Um documentário de duas horas na televisão italiana contribuiu para o debate. “A Escolha: Padres e Amor” traz o perfil de mais de uma dúzia de homens em quatro países europeus que vivem clandestinamente com mulheres ou criaram suas próprias comunidades eclesiásticas não sancionadas, onde padres casados oficiam a missa ou deixaram a Igreja Católica para se casar.
O documentário defendeu a tese de que muitos desses homens gostariam de retornar ao sacerdócio e oferecer seus serviços pastorais. Sua dificuldade encontrou um ouvido simpático em Francisco, que há muito manifestou a disposição a considerar viri probati para enfrentar as necessidades pastorais na Amazônia. Ele também expressou simpatia pelos padres que fizeram a escolha angustiante de sair.
A associação italiana Vocatio, formada por padres casados, escreveu a Francisco, no início deste mês, professando sua solidariedade enquanto ele enfrenta as consequências globais do escândalo de abusos sexuais, e mais uma vez oferecendo seus serviços no ministério.
“Gostaríamos que o senhor levasse em consideração – sem preconceito ou falsidade – a oportunidade de nos permitir uma presença ativa na atividade diocesana, diante de nossa experiência e competência nos sacramentos que vivemos: ministério e matrimônio”, escreveu o grupo.