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Por Redação O Sul | 26 de julho de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (26) que não vai permitir que transgêneros sirvam ao Exército americano. De acordo com o mandatário, a decisão foi tomada após consultas com generais e especialistas.
“Nossos militares devem se concentrar em vitórias decisivas e extraordinárias, e não podem se preocupar com os tremendos custos e interrupções médicas que seriam causadas por transgêneros entre os militares”, escreveu no Twitter.
Não é a primeira medida que Trump toma com restrições a transgêneros. Em fevereiro, seu governo revogou instruções federais às escolas do país para permitir que estudantes transgênero usassem banheiros e vestiários compatíveis com sua identidade de gênero. A orientação passou a ser de responsabilidade das autoridades de cada Estado.
No início do mês
O secretário de Defesa americano Jim Mattis suspendeu por seis meses a medida que autoriza o ingresso de transgêneros nas Forças Armadas americanas. A decisão havia sido tomada na administração Barack Obama e entraria em vigor no início de julho. Em sua declaração, o general Mattis procura frisar que não há discriminação alguma e que até o momento não há uma decisão de se interromper definitivamente a possibilidade de transgêneros servirem as Forças Armadas dos EUA.
No entanto, ele deixa claro que sua preocupação central será, nestes casos, em entender, a partir de estudos e relatos feitos pelos próprios militares, em como mudanças radicais como esta podem afetar a capacidade dos militares “de defenderem a nação”.
Grupos de defesa de cidadãos homossexuais, lésbicas, bissexuais e transgêneros, como o Palm Center, denunciaram o que classificaram como “perigoso retrocesso”. Eles lembraram que militares transgêneros foram repetidamente elogiados tanto por seus superiores quanto por militares de países aliados nos últimos doze meses.
E afirmaram terem informação de que o general Mattis foi pressionado não apenas por outros oficiais militares mas também por grupos conservadores e congressistas direitistas aliados da administração Trump que se identificam como pró-família.
Ou seja, esta questão iria muito além dos limites das forças armadas americanas ou do conservadorismo do próprio general Mattis. O Pentágono garante que a decisão não vai prejudicar os militares de carreira que já se identificam como transgêneros no exército, marinha, aeronáutico e entre os fuzileiros navais americanos, de todos os gêneros, serão tratados de forma igualitária e respeitosa.
De acordo com o próprio governo há hoje cerca de 2.500 militares transgêneros servindo nas Forças Armadas americanas que, oficialmente, têm um contingente de 1,3 milhão de servidores na ativa.
Estas pessoas declararam-se abertamente transgêneros depois de já terem se alistado e iniciado carreira militar e apenas nos últimos anos. Há ainda, de acordo com números do Pentágono, 1.500 militares na reserva que se declararam transgêneros depois de deixarem o serviço ativo.