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Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2017
O Vaticano informou no sábado (18) que iniciou uma investigação sobre um ex-coroinha ter virado padre apesar de alegações de que teria repetidamente forçado um colega de quarto a ter relações sexuais com ele quando era adolescente. As informações são das agências de notícias Reuters e Efe.
As alegações relativas ao Instituto St. Pius X, conhecido como pré-seminário, foram feitas recentemente em um livro e em reportagens exibidas na televisão italiana.
Pecado Original
O jornalista italiano Gianluigi Nuzzi apresentou neste mês um livro intitulado “Peccato originale” (“Pecado Original”) no qual divulga o relato do jovem polonês Kamil Tadeusz Jarzembowski sobre supostos abusos cometidos nessa instituição.
No livro, Jarzembowski fala sobre “os abusos no seu quarto a outro seminarista, mais de 140 vezes e dos quais ele era testemunha ocular, por parte de um pupilo do reitor que era maior que ele e que depois se tornou sacerdote”. Esses fatos teriam acontecido entre 2013 e 2014, de acordo com a agência Efe.
Coroinhas
O pré-seminário é uma residência dentro do Vaticano para coroinhas que participam das missas na Basílica de São Pedro, geralmente conduzidas por sacerdotes, bispos e cardeais. Às vezes, eles também participam de liturgias papais.
Os meninos vão a escolas italianas enquanto vivem no Vaticano, uma cidade-estado soberana cercada por Roma (Itália).
Sacerdote
As reportagens apontaram que apesar das queixas aos superiores contra o adolescente, ele foi aceito no que é conhecido como um grande seminário ao se tornar adulto. Mais tarde, foi ordenado sacerdote e agora serve em uma paróquia no Norte da Itália.
Investigação
O comunicado afirmou que uma investigação inicial em 2013 havia resultado em “nenhuma confirmação adequada”. Uma nova investigação foi aberta na sequência das reportagens a fim de tentar lançar “luz sobre o que realmente aconteceu”, diz o comunicado.
Denúncias
O comunicado acrescenta que “como consequência de algumas denúncias, anônimas e não anônimas, desde 2013 foram efetuadas investigações em várias ocasiões”.
“Os fatos denunciados, que datavam de anos anteriores e nos quais estariam envolvidos alunos coetâneos entre si, alguns dos quais já não estavam presentes no instituto no momento das investigações, não encontraram uma confirmação adequada”, completa a nota.