Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
23°
Partly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Onze príncipes da Arábia Saudita foram presos depois de protestar contra a política de austeridade adotada pelo governo do país

Compartilhe esta notícia:

Comitê Anticorrupção foi criado pelo rei Salm bin Abdul Aziz. (Foto: Reprodução)

O Comitê Anticorrupção da Arábia Saudita ordenou neste fim de semana a prisão de 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-ministros, que participaram de um protesto em um palácio real na capital, Riad, contra a política de austeridade adotada pelo governo do país. Na “pauta de reivindicações do grupo está a retomada do pagamento de suas contas de água e energia, que até pouco tempo atrás era feito pelo Estado.

Desde do começo do ano passado, o governo saudita tem implantado uma série de modificações econômicas. Isso inclui impostos inéditos até então, na busca de fontes de receita para sustentar um orçamento que é alimentado sobretudo pela venda de petróleo. Também tem promovido alguns cortes nos privilégios concedidos aos membros da realeza, para compensar a queda nas receitas da venda do petróleo, que causaram um déficit estimado de mais de 50 bilhões de dólares para este ano.

Outras medidas que podem ser tomadas pelo órgão são a proibição de viagens ao exterior e congelamento de bens dos investigados. “A pátria não existirá, a menos que a corrupção seja desarraigada e os corruptos sejam responsabilizados”, disse o decreto que instituiu o comitê.

Dentre os presos, estão o príncipe bilionário Alwaleed bin Talal, que possui a empresa de investimentos Kingdom Holding, e o ex-ministro das Finanças saudita, Ibrahim al-Assaf. O Comitê Anticorrupção, responsável pelas prisões, foi criado pelo rei Salm bin Abdul Aziz, para investigar casos de corrupção e decretar punições aos envolvidos.

O rei Salman também demitiu o responsável pela Guarda Nacional, o comandante da Marinha e o ministro de Economia. O motivo das demissões não foi esclarecido. O príncipe Mobeib bin Adulah, até então no comando da Guarda Nacional, será substituído pelo também príncipe Khaled bin Ayaf.

O ministro de Economia e Planejamento, Adel al Faqieh, deixa o cargo para a entrada de Mohammed al Tuwaiyri. Já a Marinha, comandada até então pelo almirante Abdulah bin Sultan bin Mohammed al Sultan, passa a ser liderada pelo vice-almirante Fahd bin Abdulah.

Contraste

Apesar de sua fama de ferrenho defensor da austeridade financeira, recentemente o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, comprou o castelo Luís XIV, considerado a propriedade privada mais cara do mundo. O imóvel, localizado nas imediações de Paris (França), foi adquirido pela bagatela de 275 milhões de euros (quase 330 milhões de dólares).

De acordo com o jornal norte-americano “The New York Times”, a propriedade foi vendida em setembro de 2015 por uma empresa francesa especializada em imóveis de luxo, mas só em dezembro passado o negócio teve os seus detalhes revelados. “Na época, sabia-se apenas que o comprador era uma figura de destaque no Oriente Médio.

A publicação norte-americana destacou o fato de o monarca saudita de 32 anos ser amplamente conhecido pela defesa da austeridade em prol da luta contra a corrupção e o enriquecimento ilícito de membros da elite de seu país, ao mesmo tempo em que não economiza esforços para ampliar o seu patrimônio particular.

A propriedade francesa foi uma das várias compras extravagantes atribuídas a Mohammad bin Salman. A lista de aquisições já inclui, por exemplo, um iate de 500 milhões de dólares e um quadro do gênio renascentista Leonardo da Vinci, arrematado por 450 milhões de dólares, ainda segundo informações do New York Times.

“O herdeiro de Riad está tentando construir uma imagem de si próprio como um príncipe diferente dos outros, ou seja, um governante bilionário mas também idôneo e reformador, inclusive no aspecto social”, ressaltou à reportagem o norte-americano Bruce Riedel, antigo analista da CIA (o serviço secreto dos Estados Unidos). “No entanto, é inegável que a divulgação dessa compra da casa mais cara do mundo não deixa de representar um certo golpe, duro, contra essa imagem que vem sendo construída, ou ao menos tentada nos últimos anos”.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Presidente argentino disse que Brasil e Argentina compartilham preocupação sobre Venezuela
Juízes entram com ação contra aposentadoria aos 75 anos
https://www.osul.com.br/onze-principes-da-arabia-saudita-foram-presos-depois-de-protestar-contra-politica-de-austeridade-adotada-pelo-governo-do-pais/ Onze príncipes da Arábia Saudita foram presos depois de protestar contra a política de austeridade adotada pelo governo do país 2018-01-06
Deixe seu comentário
Pode te interessar