Porto Alegre Após incêndio com 10 mortos, prefeitura de Porto Alegre determina investigação interna sobre contrato e força-tarefa para vistorias em pousadas
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2024
Dez pessoas morreram em um incêndio na madrugada desta sexta após um incêndio tomar conta de uma pousada na Avenida Farrapos.
Foto: ReproduçãoO prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo determinou, no fim da tarde desta sexta-feira (26), a abertura de uma Investigação Preliminar Sumária (IPS) para apurar os fatos no âmbito da prefeitura sobre o contrato de prestação de serviço com a Pousada Garoa, que desde 2020 fornece leitos ao município para abrigar pessoas em situação de rua. Dez pessoas morreram em um incêndio na madrugada desta sexta após um incêndio tomar conta de uma pousada na Avenida Farrapos.
Das 30 vagas disponíveis, 16 eram compradas pela administração pública. A maioria dos moradores eram pessoas em situação de vulnerabilidade social. Segundo o Corpo de Bombeiros, a pousada funcionava sem alvará. O local não tinha autorização para atuar como albergue.
Melo definiu que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) fará vistorias em 22 locais utilizados pelo Executivo para abrigo de pessoas em situação de vulnerabilidade. As decisões foram anunciadas em coletiva de imprensa.
“Hoje é um dia de profunda tristeza porque Porto Alegre perde 10 de seus filhos nesta tragédia. Desde a madrugada, trabalhamos para acolher vítimas na rede hospitalar e de assistência, e providenciar um enterro digno para quem perdeu entes queridos. Determinamos que se averigue a situação de todos os abrigos e pousadas para encaminhamento de medidas em 10 dias. Também abrimos Investigação Preliminar Sumária sobre o contrato com a empresa vencedora da concorrência” , disse Melo.
A Defesa Civil trabalha com a hipótese de que se trate de um ato criminoso. O Corpo de Bombeiros foi chamado por volta das 2h da madrugada e deslocou as equipes para o local. O prédio que fica na região central da cidade foi completamente destruído pelas chamas.
O Instituto-Geral de Perícias deve revelar a identidade das vítimas e mais detalhes sobre as causas do incêndio nos próximos dias. A estrutura do prédio vai ser avaliada para definir o destino da edificação.
Presente na coletiva, o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, atualizou os dados de pessoas hospitalizadas em razão do incêndio. Segundo ele, 15 pessoas feridas chegaram a ser encaminhadas para atendimento hospitalar via SUS. Deste número, duas seguiam em estado grave e sete foram liberadas ao longo da sexta-feira. Outras cinco estavam ainda em atendimento no Hospital de Pronto-Socorro ou no Hospital Cristo Redentor, mas sem risco de morte. Além disso, um ferido foi encaminhado para atendimento no Hospital Santa Ana.
A prefeitura decretou luto de três dias em razão das mortes. “Considerando o respeito ao sofrimento das famílias enlutadas pelas perdas de seus entes queridos, e a necessidade de concentração das ações de gestão dos serviços, para acolhimento das vítimas da tragédia. Fica declarado luto oficial pelo período de três dias, a contar do dia 26 de abril”, informou o texto do decreto publicado em edição extraordinária no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa).
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