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Mundo Os suspeitos de envenenar um ex-espião russo fingiram se empresários para obter visto e viajar a Londres

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A polícia disse que os dois homens viajaram de Moscou a Londres com passaportes russos dois dias antes de os Skripal serem envenenados. (Foto: Polícia Metropolitana de Londres)

Os dois russos acusados pelo Reino Unido ​​de terem envenenado o ex-espião Serguei Skripal com o agente neurotóxico novichok fingiram ser empresários de São Petersburgo com o objetivo de obter vistos para viajar a Londres, afirmou nesta sexta-feira (7), o jornal Daily Telegraph.

Os suspeitos, identificados como Alexander Petrov e Ruslan Boshirov – embora as autoridades britânicas acreditem que os nomes possam ser falsos -, “ambos com cerca de 40 anos, passaram-se por empresários para obter vistos no consulado britânico de São Petersburgo”, indicou o jornal, citando fontes da segurança.

“Eles disseram às autoridades britânicas que trabalhavam no comércio internacional e apresentaram cartões de visita e contas bancárias com um saldo de milhares de libras”, informou. “Os vistos só são emitidos se os visitantes russos do Reino Unido puderem demonstrar que têm os meios para retornar” ao seu país.

Londres anunciou na quarta-feira (5) que emitiu mandados de prisão contra os dois homens, acusados ​​de serem “oficiais” do serviço de inteligência militar russo, conhecido como GRU. Desde o início, as autoridades russas negam categoricamente qualquer envolvimento no caso.

A Procuradoria britânica indiciou os suspeitos por três acusações: conspiração para cometer homicídio, tentativa de assassinato contra Serguei Skripal e sua filha Yulia, e uso e posse de novichok, uma substância neurotóxica potente desenvolvida na União Soviética.

Segundo o jornal The Times, a quantidade de novichok que supostamente foi levada pelos dois russos para atacar os Skripal tinha capacidade para matar 4 mil pessoas. Um agente de segurança revelou que o frasco de perfume no qual os dois suspeitos guardavam o produto continha uma dose suficiente para “causar uma significativa perda de vidas”.

A mesma fonte indicou que a substância era “100% novichok” e não uma forma diluída do agente neurotóxico. Este componente é, de acordo com o Times, de cinco a oito vezes mais mortal que o gás VX, uma substância extremamente tóxica usada como arma química.

Troca de acusações

O governo britânico apontou na quinta-feira (6) o presidente russo, Vladimir Putin, como responsável “em última instância” pelo envenenamento, hipótese compartilhada por EUA, França, Canadá e Alemanha. Após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU realizada em Nova York, a embaixadora do Reino Unido nas Nações Unidas, Karen Pierce, disparou contra a Rússia, que foi acusada de ignorar todas as normas internacionais e se comportar de maneira “desavergonhada” e “temerária”.

Em entrevista à emissora BBC, Karen disse que Moscou não mostrou “nenhum esforço” em se comprometer ou reconhecer que a proibição mundial sobre o uso de armas químicas está agora em dúvida. “Está em dúvida na Síria, está em dúvida pelo ocorrido em Salisbury e realmente desejamos que os russos sejam um membro responsável da comunidade internacional”, sustentou ela.

Nesta sexta-feira, o governo russo negou as acusações do Reino Unido e afirmou que foi Londres quem se negou desde o início a compartilhar dados com Moscou sobre o caso. A porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zakharova, qualificou a alegação britânica de “desinformação descarada”.

“O Reino Unido se negou a fornecer qualquer dado à Rússia”, ressaltou Maria, que lembrou que Moscou havia solicitado informações sobre o caso a Londres desde que surgiram as primeiras acusações de envenenamento do ex-espião.

A porta-voz ressaltou que, embora as alegações contra a Rússia sejam “inaceitáveis”, Moscou continuou o diálogo, “ou melhor, o monólogo” com Londres e enviou “um elevado número de documentos” ao Reino Unido. “Não recebemos sequer uma resposta formal para nossas muitas solicitações” a Londres para esclarecimentos, lamentou.

Crime organizado

O jornal The New York Times informou nesta sexta-feira que Sergei Skripal trabalhou nos últimos anos com o serviço secreto da Espanha com o objetivo de combater o crime organizado russo. A publicação baseia sua informação em fontes de um funcionário do alto escalão espanhol e de um escritor especializado em segurança.

Depois de se estabelecer no Reino Unido em 2010, Skripal voltou à Espanha em várias ocasiões para se reunir com funcionários do Centro Nacional de Inteligência, segundo o escritor espanhol Fernando Rueda.

Hospitalizados em estado grave após o ataque, Serguei e Yulia conseguiram sobreviver após várias semanas em tratamento intensivo em um hospital.
No dia 30 de junho, um casal britânico foi envenenado depois de entrar em contato com o novichok que estava em um frasco de perfume. A mulher, Dawn Sturgess, de 44 anos, morreu, mas seu parceiro, Charlie Rowley, sobreviveu após permanecer hospitalizado por quase um mês em estado “grave, mas estável”. No fim de agosto, ele teve de ser internado novamente com sérios problemas de visão.

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