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Por Redação O Sul | 3 de abril de 2016
O “núcleo duro” do Palácio do Planalto avaliou a nova fase da Operação Lava-Jato como mais uma tentativa do juiz Sérgio Moro de envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novo escândalo, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal decidir manter na Corte todas as investigações sobre o petista. Embora o discurso oficial seja o de que Moro está “politizando” a Operação Lava-Jato, há no Planalto uma preocupação com denúncias que possam aparecer às vésperas da votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
No caso em questão, o “imponderável” tem nome e sobrenome: Silvio Pereira, personagem de destaque no mensalão. Conhecido como Silvinho, o ex-secretário-geral do PT era o homem que tinha em mãos o mapa dos cargos no início do primeiro mandato de Lula, em 2003, e atuava em dobradinha com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, preso pela Lava-Jato. Silvinho foi detido e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares – preso no mensalão – foi alvo de condução coercitiva, obrigado a depor pela Polícia Federal. Ministros do PT que conhecem Silvinho disseram à presidenta Dilma que ele não resiste à mínima pressão e pode até “inventar” coisas para se salvar.
Para o Ministério Público, o esquema de corrupção na Petrobras é mais um braço do mensalão. Em janeiro, o delator Fernando Moura afirmou, em acordo de delação premiada, que Silvinho recebia das empreiteiras OAS e UTC Engenharia um “cala boca” de 50 mil reais mensais. Moura contou ao Ministério Público que Roberto Marques, o Bob, ex-assessor de Dirceu, pediu a ele que “protegesse” Silvinho. (AE)