Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2019
O Parlamento do Reino Unido aprovou neste sábado (19) uma emenda que adia a decisão sobre o Brexit. Por 322 votos a 306, os parlamentares determinaram que toda a legislação em torno do acordo de saída dos britânicos da União Europeia deverá ser discutida e aprovada antes do rompimento definitivo com o bloco.
Os parlamentares voltarão a se reunir nesta segunda-feira (21). Em sua conta no Twitter, a Câmara dos Comuns afirmou que “o governo deve solicitar uma extensão” no prazo do Brexit. A decisão frustrou os planos do primeiro-ministro Boris Johnson, que pretendia aprovar o acordo do Brexit ainda neste sábado.
Isso porque Johnson tinha até as 23h59min (horário local) deste sábado para aprovar o pacto, segundo a data-limite imposta por uma lei que proíbe a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo. Com o fim da sessão do Parlamento, o premiê seria obrigado a pedir uma nova data à UE.
Porém, após a derrota, Boris Johnson afirmou que não irá solicitar um novo prazo. “Não negociarei um atraso com a UE, e a lei não me obriga a fazê-lo”, afirmou. De acordo com a BBC, o primeiro-ministro prometeu apresentar na próxima semana a legislação necessária para implementar o acordo.
Após o resultado, uma porta-voz da União Europeia disse que agora caberá ao governo do Reino Unido informar os próximos passos do Brexit. O líder da oposição, Jeremy Corbyn, comemorou o placar da votação e disse que Johnson “deve cumprir a lei” e pedir à UE o adiamento do Brexit.
Novo referendo?
Em 2016, 17,4 milhões de eleitores, ou 52%, apoiaram o Brexit, enquanto 16,1 milhões, ou 48%, apoiaram a permanência na União Europeia. Desde julho de 2017, existem 226 pesquisas sobre o tema. Desse total, 204 colocaram o apoio à permanência na comunidade europeia à frente, sete deram a liderança para sair e algumas ficaram empatadas.
No entanto, outras pesquisas sugerem que a maioria dos eleitores não mudou de ideia: 50% do público quer respeitar o resultado do referendo, 42% querem que o Reino Unido permaneça na União Europeia e 8% disseram que não sabem.
Os defensores do Brexit dizem que realizar outro referendo aprofundaria as divisões e prejudicaria a democracia.
O desafio para as forças pró-referendo é encontrar apoio suficiente no parlamento. Em abril, quando o governo realizou uma série de votos em várias opções do Brexit, um segundo referendo foi o mais popular, mas ficou aquém da maioria, perdendo de 292 para 280.
Para especialistas, mesmo que outro referendo fosse acordado, levaria meses para se organizar a votação.