Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2015
Uma pesquisa divulgada nesse domingo mostra que 56% dos bolivianos rejeitam uma quarta reeleição do presidente Evo Morales em 2019, como ventilaram sindicatos indígenas e camponeses leais ao governo. O estudo, realizado pela empresa Mercados y Muestras, aponta que 40% dos eleitores são a favor da reeleição e 4% não souberam responder.
A pesquisa incluiu 800 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos em áreas urbanas e rurais de todo o país e tem uma margem de erro de 3,47%. A rejeição à reeleição de Morales cresceu em relação a uma pesquisa similar divulgada em junho, na qual a porcentagem contrária a uma nova postulação era de 52%.
Mandato
Evo Morales iniciou em janeiro seu terceiro mandato para o período 2015-2020, após ganhar o pleito de outubro com 61% dos votos. Embora a Constituição que foi promulgada pelo próprio Morales em 2009 só permita dois mandatos consecutivos, a terceira postulação do governante foi possível graças a uma sentença do TC (Tribunal Constitucional), questionada pela oposição.
O TC alegou que Morales poderia ser novamente candidato porque não concluiu sua primeira gestão e porque o país foi refundado como “Estado plurinacional” em 2009, um argumento esgrimido pelo governo. A única forma legal para que Morales possa concorrer às próximas eleições gerais seria uma modificação na Constituição seguida por um referendo.
Esse é o desejo dos grupos leais ao governo. No começo do mês, líderes camponeses e indígenas propuseram inclusive a reeleição “vitalícia” do líder. Morales afirmou estar surpreso com essas propostas e anunciou que debaterá em dezembro com seus ministros uma possível candidatura para o período 2020-2025.