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Ciência Pesquisadores nos Estados Unidos, que tentam desvendar mistérios, instalaram um telescópio em um avião da Nasa para observar “berçário de estrelas”

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O Sofia, Jumbo da Nasa: telescópio voa em compartimento perto da cauda. (Foto: Divulgação/Nasa)

Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, que tentam desvendar mistérios sobre a formação de estrelas, ganharam um novo aliado para investigar o céu. Eles instalaram um telescópio especial num avião Boeing 747 da Nasa, a agência especial americana, que é capaz de alcançar os limites inferiores da estratosfera. Bem acima das nuvens, a bordo do avião, o equipamento se converte num “telescópio voador”, capaz de detectar a radiação térmica emitida por minúsculos grãos de poeira de nuvens interestelares. Os resultados preliminares das pesquisas com esse novo instrumento, apresentados recentemente na conferência anual da Sociedade Americana de Astronomia, já oferecem novas evidências que ajudam a consolidar a teoria de que os campos magnéticos, e não apenas a gravidade, influenciam o nascimento de novos astros.

“As estrelas são formadas no interior de grandes nuvens interestelares. Basicamente, essas nuvens têm muita massa, apesar de diluídas em gases e poeira, e tudo que tem massa tem gravidade. Essa força tende a concentrar a matéria, que esquenta e forma as estrelas”, explicou ao jornal O Globo o astrônomo brasileiro Fabio Pereira Santos, que integra a equipe de cientistas da Northwestern, em Evanston, Illinois. “Mas, além da gravidade, existem os campos magnéticos no meio interestelar. Dependendo da presença e da intensidade desses campos, o resultado pode ser alterado.”

A interação dos campos magnéticos pode, por exemplo, acelerar o processo de formação ou influenciar no tamanho de uma estrela. Quando as nuvens interestelares se contraem, elas trazem consigo o campo magnético, que age como uma tensão para manter a distribuição da matéria. Então, a teoria indica que campos magnéticos fortes podem até mesmo impedir que a gravidade forme novas estrelas. Por outro lado, campos magnéticos fracos podem ser facilmente superados pela gravidade.

Ao menos essa é a aposta do astrônomo brasileiro, que estuda como os campos magnéticos se alinham com base em dados coletados pelo HAWC (High-resolution Airborne Wideband Camera) – o equipamento especial acoplado ao avião –, que é capaz de observar o espectro da radiação infravermelha distante, invisível ao olho humano. Apesar de minúsculos, os grãos de poeira das nuvens interestelares emitem radiação que pode ser percebida pelo infravermelho. Analisando a direção e a distribuição dessa radiação, é possível perceber a atuação dos campos magnéticos dentro das nuvens interestelares, onde estrelas e planetas são formados.

Os resultados preliminares indicam que os grãos de poeira ficam alinhados com os campos magnéticos e que mudanças nesse alinhamento estão relacionadas a diferenças de densidade na nuvem interestelar. Grãos nas partes mais externas da nuvem recebem mais radiação, então ficam mais alinhadas com os campos magnéticos. Em partes mais densas, as partículas recebem menos radiação e não se alinham tão bem.

“O objetivo é entender como os grãos se alinham para depois avaliar o impacto dos campos na formação de estrelas”, explica Santos. “Compreender como estrelas e planetas são formados é um dos maiores desafios da astronomia moderna.”

Acontece que a radiação infravermelha é bloqueada pelo vapor d’água, encontrado em grandes concentrações na troposfera, a camada da nossa atmosfera mais próxima da Terra. Os cientistas estimam que a troposfera concentra 99% do vapor d’água do planeta. Santos explica que isso dificulta a observação de telescópios em solo porque a umidade da troposfera funciona como uma parede através da qual se tenta enxergar. Por isso, os pesquisadores da Northwestern resolveram pegar carona no SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy), como é chamado um Jumbo da Nasa equipado com um telescópio de 2,5 metros de diâmetro. O avião tem um compartimento externo com uma abertura, onde é encaixado o telescópio da equipe de pesquisadores. Assim, o equipamento é capaz de alcançar altitudes estratosféricas de até 13,7 quilômetros, em missões de até 10 horas de duração.

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