BrasilA Polícia Federal descartou crimes de ministros do Supremo. Em gravação revelada, Joesley Batista e Ricardo Saud citam três membros da Corte
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Redação O Sul
| 15 de dezembro de 2017
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Ministra Cármen Lúcia recebeu o relatório da PF. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
A PF (Polícia Federal) descartou a ocorrência de crimes envolvendo as citações a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) feitas pelo empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, e o executivo Ricardo Saud, no áudio gravado por eles e entregue ao MPF (Ministério Público Federal).
Nesta sexta-feira o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, entregou pessoalmente à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, o relatório elaborado pela corporação, que sugere o arquivamento das investigações.
Em setembro, Cármen exigiu que a Polícia Federal e a PGR (Procuradoria-Geral da República) fizessem uma “investigação imediata”, e com data definida para conclusão, sobre as menções a integrantes da Corte feitas por Joesley e Saud. A determinação ocorreu após o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que deixou o cargo em 18 de setembro, determinar a abertura de investigação para apurar o caso. À época, Janot citou as suspeitas sobre ministros do STF.
A presidente do Supremo chegou a gravar um pronunciamento em vídeo no qual disse que a “dignidade institucional” do STF e a “honorabilidade de seus integrantes” foram agredidas “de maneira inédita na história do País”. “Impõe-se, pois, com transparência absoluta, urgência, prioridade e presteza a apuração clara, profunda e definitiva das alegações, em respeito ao direito dos cidadãos brasileiros a um Judiciário honrado”, afirmou Cármen à época.
Nas mais de quatro horas de conversas gravadas, os interlocutores falam sobre “dissolver o Supremo” da mesma forma que, nas palavras de Joesley Batista, a Odebrecht “moeu” o Legislativo. No áudio, eles citam o nome de três ministros – Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia, mas não havia menção ou atribuição a algum tipo de crime. O acordo de delação dos executivos do Grupo J&F, após esse episódio, foi rompido por Janot.
Cármen prometeu apresentar o resultado das investigações à sociedade. “Eu não vou terminar o mês de dezembro sem voltar a esse assunto, porque, se alguém falou, alguém precisa me dar resposta. Até porque qualquer declaração teria de ser investigada. A investigação sobre ministro de Supremo tem de ser feita, porque não pode pairar… Não é uma névoa, não. É nenhuma gota de dúvida (pode pairar) sobre a correição, a licitude de todos os atos de ministros do Supremo Tribunal ou de qualquer juiz”, disse.
Relatório entregue
O diretor-geral da Polícia Federal Fernando Segovia entregou à presidente do STF Cármen Lúcia um relatório parcial da investigação aberta a pedido da ministra a respeito das menções de integrantes da Corte nos áudios entregues por Joesley Batista e Ricardo Saud ao MPF. A reunião, prevista para ocorrer pela manhã, foi realizada à tarde e durou cerca de meia hora.
“As conclusões da investigação parcial estão nas mãos da ministra Cármen Lúcia e tão logo haja uma análise ela deverá expor ao público quais são essas conclusões”, afirmou.
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