Geral A polícia suspendeu o depoimento do filho de Lula sobre operação na casa dele
Por Redação O Sul | 13 de outubro de 2017
A Polícia Civil suspendeu, por tempo indeterminado, o depoimento de Marcos Lula, que foi intimado a ir a uma delegacia para falar sobre a operação de busca e apreensão feita na casa dele na terça (10). A Justiça também devolveu ao filho de Lula todos os aparelhos apreendidos na ocasião – como notebooks, CDs, DVDs e disquetes.
A polícia diz que deflagrou a operação, alegando busca de drogas e armas, depois de receber uma denúncia anônima por telefone. Nada foi encontrado. O delegado responsável foi afastado do caso.
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Barbosa Filho, determinou a instauração de um procedimento administrativo para apurar em que condições se deu a diligência de busca e apreensão realizada ontem na casa de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho biológico da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia (falecida em fevereiro) e que foi adotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o comando da Polícia, o delegado Rodrigo Galazzo, responsável pela operação, vai ficar fora das funções até que esteja concluída a apuração do caso, “para preservação das investigações”.
A ação foi realizada no dia anterior, no município de Paulínia, no interior paulista, com base em um mandado emitido pela juíza Marta Brandão Pistelli, da 2ª Vara do Foro local. Conforme o pedido da Polícia Civil para a autorização da busca e apreensão, uma denúncia anônima teria apontado o endereço como ponto de armazenamento de grande quantidade de drogas e armas. O pedido dizia, ainda, que investigadores permaneceram em campana no endereço citado, percebendo grande movimentação de pessoas.
Segundo a juíza Marta, o pedido não identificava o morador da residência e veio instruído com documentos e relatório firmado por três investigadores. Além disso, a solicitação foi remetida ao Ministério Público, que opinou favoravelmente ao deferimento da busca e apreensão.
“Nada relacionado ao tráfico de drogas foi encontrado. A autoridade policial deliberou por apreender documentos e computadores, sob o argumento de possível relação com o crime investigado. Na data de hoje, após pedido formalizado pelo advogado constituído pelo senhor Marcos, foi deferida a restituição de todos os objetos apreendidos, dada a ausência de relação com o objeto do processo”, registrou a juíza em nota.
O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, criticou a ação policial e classificou a diligência como abusiva. “A busca e apreensão, feita a partir de denúncia anônima e sem base, não encontrou no local o porte de qualquer bem ou substância ilícita, o que é suficiente para revelar o caráter abusivo da medida”.
Marcos Cláudio foi diretor de Turismo e Eventos na prefeitura de São Bernardo do Campo (SP) durante a gestão de Luiz Marinho (2009-2012), do PT. Em 2012, o filho adotivo do líder petista foi eleito vereador na cidade, mas não conseguiu se reeleger no ano passado.
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