Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2019
Policiais de três unidades na Bolívia iniciaram motim nesta sexta-feira (8) contra a repressão a opositores de Evo Morales. Os grupos se recusam a reprimir as manifestações contra o presidente, reeleito em outubro para um quarto mandato consecutivo após eleições contestadas por opositores.
Os motins ocorreram nas unidades policiais das seguintes cidades: Cochabamba, Sucre, Santa Cruz.
Os motins policiais começaram na Utop (Unidade Tática de Operações Policiais) de Cochabamba, cidade localizada no centro da Bolívia. Em seguida, agentes de segurança das outras cidades aderiram ao movimento.
“Vamos estar com o povo, não com os generais”, disse um militar que não se identificou.
Imagens de TV mostraram ao vivo cerca de 20 policiais no alto do edifício do quartel da Utop de Cochabamba, agitando uma bandeira boliviana, enquanto dezenas de jovens opositores se amontoavam nos arredores, saudando-os da rua.
Os manifestantes estouraram fogos em um ambiente festivo e içaram em um mastro uma bandeira boliviana – vermelho, amarelo e verde –, entoando o hino nacional.
Nas últimas horas, circularam versões – segundo o jornal “Los Tiempos de Cochabamba” – sobre queixas e reivindicações de militares contra o comandante da polícia local, Raúl Grandy, de maus-tratos e ter se inclinado a favor de manifestantes governistas durante os confrontos de rua contra opositores.
Violência na Bolívia
Confrontos na quinta-feira terminaram com ao menos um morto e de 80 a 90 feridos. Segundo versões extraoficiais, os policiais receberam ordens de Grandy de reprimir aos manifestantes da oposição e favorecer o grupo de seguidores do presidente Morales.
Por outro lado, o comando policial nacional nomeou como novo comandante da Polícia de Cochabamba o coronel Javier Zurita.
A Bolívia vive a terceira semana de violentos protestos, com greves e bloqueios de ruas, contra a reeleição de Evo para um quarto mandato.