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Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2017
Preso em uma nova fase da Operação da Lava-Jato em São Paulo nesta sexta-feira (18), o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza é suspeito de receber cerca de 500 mil dólares por um contrato na Petrobras. Investigadores da PF (Polícia Federal) afirmaram que ele favoreceu a contratação da empresa norte-americana Sargeant Marine, que forneceu asfalto para a estatal entre 2010 e 2013.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, hoje delator, também teria sido beneficiado pelo esquema. Segundo a PF, Costa recebeu ao menos US$ 162 mil por cinco contratos. O PT teria sido outro beneficiário da propina.
A força-tarefa da Lava-Jato deflagrou duas novas fases – a 43ª e 44ª – nesta sexta no Rio de Janeiro e em São Paulo. Três pessoas foram presas temporariamente. Entre elas, estão Vaccarezza e Marcio Ache, ex-gerente da Petrobras. A PF chegou a pedir a prisão preventiva (sem prazo para liberação) do ex-deputado federal por haver provas e por conta de outras delações que dizem que ele teria praticado crimes não apenas no âmbito da Petrobras. Mas o juiz federal Sérgio Moro autorizou a prisão temporária.
Em entrevista em Curitiba para detalhar as ações, o delegado Filipe Hille Pace afirmou que agentes encontraram R$ 122 mil na casa de Vaccarezza. Ele estaria pagando com esse dinheiro despesas de seu novo partido, o PTdoB. O ex-parlamentar se desligou do PT em 2016. Ele foi líder dos governos Lula e Dilma na Câmara dos Deputados.
As ações desta sexta-feira foram batizadas de Sem Fronteiras e Abate. Foram expedidos 46 mandados judiciais, sendo 29 de busca e apreensão, 11 de condução coercitiva e seis mandados de prisão temporária, segundo a PF.
As operações investigam os crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagens de ativos identificados em contratação de grandes empresas com a Petrobras. Na Operação Sem Fronteiras, é investigada a relação espúria entre executivos da Petrobras e um grupo de armadores estrangeiros para obtenção de informações privilegiadas e favorecimento para contratos milionários com a empresa brasileira.
A Operação Abate visa desarticular um grupo criminoso que era apadrinhado pelo ex-deputado federal pelo PT, cuja influência era utilizada para a obtenção de contratos da Petrobras com uma empresa estrangeira.
Rio Grande do Sul
Na quarta-feira (16), a PF realizou o primeiro desdobramento da Operação Lava-Jato no Rio Grande do Sul. Cerca de 50 policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Glorinha e Canoas, além de Brasília. O alvo da operação, batizada de Étimo, foi um esquema de pagamento de valores a empresas de consultoria de fachada, que teria movimentado pelo menos R$ 30 milhões no período de 2000 a 2011, quando foram realizadas as obras públicas rodoviárias envolvidas na investigação.