Armando Burd Qual será o limite?
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os partidos políticos já tinham sombra, água fresca e generosos repasses do Fundo, que é dinheiro público. Agora, querem impunidade. A Câmara dos Deputados aprovou ontem o pedido de tramitação, em regime de urgência, do projeto de lei que confronta resolução do Tribunal Superior Eleitoral e reduz punições a partidos que não prestarem contas dos valores que recebem. A decisão assustadora teve 314 votos favoráveis e 17 contrários. Nessa condição, poderá ser votado entre hoje e amanhã. Um desplante.
CERTEZA DO INCÔMODO
O presidente Michel Temer vai submergir por algum tempo antes de definir quem será o novo ministro da Justiça e da Segurança Pública. Primeiro, deverá esperar até que diminuam as críticas pela escolha do novo integrante do Supremo Tribunal Federal. Depois, terá de resolver o conflito entre PMDB e PSDB que reivindicam a vaga de Alexandre Moraes. Atritar-se com qualquer dos dois partidos, às vésperas dos debates sobre a reforma da Previdência, só lhe dará dores de cabeça.
PESOS E MEDIDAS
O que diriam os batedores de panelas se a presidente Dilma Rousseff tivesse indicado seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal?
INCRÍVEL
Entre os 81 senadores, o site Congresso em Foco apontou o que chama de Bancada dos Suspeitos: 32 tornaram-se alvos de inquéritos e ações penais no Supremo Tribunal Federal. Na lista de acusações, os parlamentares são investigados por crimes como danos ao erário, peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, formação de quadrilha, crimes eleitorais, difamação e violência doméstica.
Nenhum deles manifestou-se impedido para sabatinar Alexandre Moraes e votar sobre a indicação ao Supremo Tribunal Federal.
ERRO NA RECEITA
O governador José Sartori pede o apoio dos parlamentares aliados para tirar o Estado da crise. O ponto de partida é a informação, que não sai das salas fechadas do Palácio Piratini. Excluídos de consultas sobre os projetos, os deputados costumam resistir aos pratos prontos.
ONDE DÁ CERTO
Hoje, em Cascavel, Sartori conversa com o governador Beto Richa para colher subsídios. O Paraná tem conseguido superar a maré baixa dos demais Estados. Um dos segredos é a linha dura imposta pelo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa. Auditor fiscal da Receita Federal, foi convidado por Richa em 2015 para acionar o ajuste fiscal, que deu certo.
SÓ NO PAPEL
Vinte governos estaduais começaram fevereiro de 2016 ultrapassando os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Como consequência, poderiam ficar impedidos de fazer contratações, perdendo transferências de recursos federais. Passado um ano, nenhuma pena foi imposta. E assim vai…
NÃO ACHARAM A SAÍDA
Projeções de economistas feitas a 7 de fevereiro de 1997 indicaram que as reformas administrativa e previdenciária, propostas pelo governo federal, não seriam suficientes para cobrir o déficit público. Desde então, o rombo só aumentou.
RÁPIDAS
* Tentativas de desarmar os barris de pólvora nos presídios não passam dos discursos. Prova da incompetência da gestão pública.
* A 8 de fevereiro de 2007, a executiva do PFL (Partido da Frente Liberal) aprovou a troca do nome para Democratas.
* Antigo ditado é mais atual do que nunca: legisla-se como se quer, governa-se como se pode.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Deixe seu comentário
Últimas
Porto Alegre Tragédia em Porto Alegre: dez pessoas morrem em incêndio em pousada na avenida Farrapos
