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Mundo A reação de jovens ao massacre na Flórida sinaliza uma mudança

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Donald Trump sugeriu que os professores sejam treinados no uso de armas. (Foto: Boris Baldinger)

A mobilização de estudantes americanos, após o massacre de 17 alunos na escola de Ensino Médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, na semana passada, se transformou numa onda de indignação, que foi além do luto e da resignação costumeiros após esse tipo de tragédia. A revolta cresceu e se espalhou pelo país, indicando que, para boa parte da população, o ataque da Flórida extrapolou o limite de tolerância.

Desde então, iniciou-se um movimento de cobrança às autoridades, que deu origem à campanha #NeverAgain (#NuncaMais). A voz desses jovens não se fez tímida na crítica à indústria bélica, representada no país pela poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), que confunde porte de arma com defesa da liberdade. Há razões de sobra para a revolta dos estudantes.

O ataque foi perpetrado por Nikolas Cruz, um ex-aluno de 19 anos da escola em Parkland, sem antecedentes criminais, que usou um fuzil semiautomático AR-15, comprado legalmente nas boas casas do ramo.

Uma reportagem do “Washington Post” revelou que as empresas americanas do setor fabricaram mais de 70 milhões de armas de fogo desde 2008, numa veloz escalada da produção de pistolas e fuzis do mesmo tipo dos usados em massacres recentes. Só em 2016, último ano com dados disponíveis, a indústria fabricou 11 milhões de pistolas. A produção de armas semiautomáticas saltou de 1,8 milhão de unidades, em 2010, para mais de quatro milhões em 2016.

O jornal também fez um levantamento sobre o número de vítimas. Desde as 17 vítimas de um atirador na Universidade do Texas, em 1966, houve 1.077 mortes desse tipo nos EUA, das quais 176 eram crianças ou adolescentes. A maioria dos atiradores realizou o ataque com mais de uma arma de fogo, somando 292 artefatos, entre pistolas e fuzis.

Destes, 167 foram comprados legalmente, 49 obtidos ilegalmente e, no caso dos 76 restantes, não foi possível definir o status da arma. Pressionado, Trump fez o seu diagnóstico. Disse que a tragédia foi provocada por uma pessoa perturbada mentalmente, acusou os gestores da escola e a polícia local, por não garantirem a proteção dos alunos, e o FBI (a polícia federal americana), por não investigar sinais suspeitos de Cruz.

Sobre a facilidade de aquisição de um AR-15, nenhuma palavra. Em vez disso, Trump sugeriu que os professores sejam treinados no uso de armas, para reagir a esse tipo de ameaça. Já para o vice-presidente da NRA, Wayne LaPierre, os que clamam por maior controle do comércio de armas “não se preocupam com nossas crianças nas escolas. Eles querem nos tornar menos livres”. De uma reação espontânea, a mobilização dos alunos da Flórida se tornou uma campanha nacional, angariando inclusive financiamento. Estes são fatos inéditos auspiciosos, que podem significar o início de uma mudança de mentalidade.

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