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Por Redação O Sul | 24 de julho de 2017
Presos colocaram fogo em colchões no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Segundo a Polícia Militar, os detentos iniciaram uma rebelião no presídio onde ficam os detentos provisórios, ainda sem condenação, na capital paulista.
Quatro equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas para lá e controlaram o fogo. Imagens aéreas mostraram os presos jogando colchões e camisetas no fogo, que atingiu dois pátios.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que “presos do Centro de Detenção provisória de Pinheiros I se envolveram em uma ato de indisciplina, ateando fogo em colchões”. Às 13h20min os detentos tinham sido levados para um dos pátios e foram contados.
A pasta informou também que o Grupo de Intervenção Rápida foi acionado e entrou na unidade para restabelecer a ordem. Ainda conforme a nota da secretaria, não há reféns e por enquanto não há informações de feridos.
O CDP fica ao lado da Marginal Pinheiros. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a pista local foi bloqueada por causa do incêndio. A PM informa que foi feito um cerco no local e não havia o registro de fugas.
O CDP Pinheiros I está superlotado. Dados do site da SAP indicam que a unidade abriga 1.383 detentos, enquanto sua capacidade é de 521. Ou seja, o CDP I opera 165,5% acima do normal.
Transferências em janeiro
Em janeiro, o governo de São Paulo transferiu 70 detentos de facções rivais ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que lidera o comércio de drogas no estado. A medida teve como objetivo evitar possíveis conflitos, segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
A determinação foi dada pelo titular da pasta, Lourival Gomes, e ocorreu após rebeliões no Amazonas e em Roraima deixarem diversos mortos. Os assassinatos ocorreram devido à disputa entre e o PCC e a facção rival carioca, CV (Comando Vermelho), pelo controle dos presídios e do tráfico de drogas no país.
Informações apontaram na época que a ordem para que o CV matasse membros do PCC em Manaus havia partido de uma penitenciária federal em Mato Grosso do Sul, onde está um dos líderes da FDN (Família do Norte) preso durante a Operação La Muralla da Polícia Federal, em 2015. A chacina ocorrida na capital amazonense no primeiro dia do ano deixou 56 mortos. A FDN é aliada do CV e controla a venda de drogas e armas no Norte do país.
Em São Paulo, os presos transferidos após as rebeliões foram levados para unidades consideradas neutras, não dominadas por nenhuma facção criminosa. Por questões de segurança, a SAP diz que “os locais para os quais os presos foram removidos não serão divulgados”.
O governador Geraldo Alckmin afirmou na época que os 70 presos haviam sido transferidos em outubro. Ele disse não saber qual é a quantidade de transferências feitas neste ano após as rebeliões nos estados do Norte.
“Esse é um trabalho de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária com a Segurança Pública e outros órgãos que é feito permanentemente. Então você se antecipa, tem um trabalho de inteligência, isola quem precisa isolar”, declarou Alckmin em evento no Palácio dos Bandeirantes. (Folhapress/AG)