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Mundo Saiba o que os professores finlandeses vão ensinar aos brasileiros

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(Foto: USP Imagens)

Ensinar os professores brasileiros de cursos superiores a desenvolver metodologias próprias de ensino baseadas na experiência de seus pares da Finlândia – referência mundial na área educacional. Essa é a proposta do curso de especialização “Ensino e Aprendizagem na Educação Superior”, programa da Universidade da Finlândia realizado em parceria com o Instituto Ânima.

O programa começa em setembro, com a primeira etapa online e a etapa presencial será ministrada na USJT (Universidade Judas Tadeu), em São Paulo e na UniBH, em Belo Horizonte. Ele será em português e terá o corpo docente formado por professores brasileiros treinados na Finlândia e por finlandeses, que serão responsáveis por dois módulos presenciais do curso, que soma 360 horas de aulas. Os participantes receberão dupla titulação pela USJT e pela Universidade de Tampere, na Finlândia.

A maior diferença entre a forma de ensinar na Finlândia e no Brasil é que no país nórdico os docentes têm muito mais flexibilidade para pensar pedagogicamente, segundo Kaisu Malkki, PhD e professora da Universidade de Tampere. “Aqui os professores preparam alunos para provas porque as instituições de ensino querem isso. Nós pensamos em uma avaliação que dê suporte a um aprendizado mais profundo e útil para a vida prática no trabalho”, disse em entrevista, por telefone, em recente passagem por Belo Horizonte.

Os números do ensino na Finlândia impressionam. O país tem 5,5 milhões de habitantes, onde 99% dos jovens concluem o ensino médio, maior índice do mundo. No teste educacional da OCDE, o Pisa, que avalia a competência de jovens de 15 anos em matemática, leitura e ciências, há anos os finlandeses figuram nas primeiras colocações. Um indicador de que o trabalho inovador dos professores, que até para dar aulas no ensino básico precisam ter feito um mestrado, tem surtido efeito.

Kaisu diz que a ideia do programa não é apresentar teoricamente como se ensina em seu país, mas ajudar os brasileiros a desenvolverem as próprias práticas. A base do ensino finlandês está nas vivências em grupo, em trabalhos por projeto e no contato mais direto com os alunos. “Se estiverem em um ambiente estressante, muito hierárquico, em que precisam ser perfeitos o tempo todo, os estudantes não se desenvolvem. Eles precisam relaxar enquanto aprendem”, diz a professora. “Não significa que eles podem fazer o que bem entendem, mas que têm responsabilidade sobre o próprio aprendizado, que é significativo e respeitoso.”

O professor Leonardo Drummond, do Instituto Ânima, formado na Universidade de Tampere, diz que um diferencial dos finlandeses em sala de aula é que eles não cobram nem desconfiam do aluno, uma vez que não existem provas ou notas mas “avaliações formativas e longitudinais”. “A aprendizagem acompanha o ritmo de cada um”, explica. Ele conta que 79 professores do instituto fizeram uma versão compacta desse curso, com 270 horas, em inglês.

“Queremos transformar os professores para que eles tenham um impacto na educação no Brasil”, diz Daniel Castanho, presidente do conselho de administração do grupo Ânima, que conta com quase 110 mil alunos e está presente em cinco estados com quatro instituições de ensino: Una, Universidade São Judas, UniBH e UniSociesc, além da EBRADI (Escola Brasileira de Direito), da HSM Educação Executiva e da filial brasileira da escola internacional de gastronomia Le Cordon Bleu.

Castanho afirma que trazer o ensino da Finlândia para as salas de aula brasileiras é uma forma de incentivar o espírito empreendedor dos alunos.

“O estudante precisa ser provocado para investigar e ter uma postura mais ativa, mas para isso precisamos empoderar os professores para que eles possam ter subsídio técnico e ferramentas para ousar sem medo”, diz.

Além do curso para docentes do ensino superior, o Instituto Ânima vai oferecer em parceria com os finlandeses outras três pós-graduações. Serão dois MBAs, um em “gestão global da inovação” e outro em “estudos do futuro”, ambos em inglês, com 360 horas de aulas presenciais e online, ministrados por professores e pesquisadores da universidade finlandesa de Turku. Outro programa de especialização em educação infantil finlandesa será dado por professores da Universidade de Tampere. As informações são do jornal Valor.

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https://www.osul.com.br/saiba-o-que-os-professores-finlandeses-vao-ensinar-aos-brasileiros/ Saiba o que os professores finlandeses vão ensinar aos brasileiros 2019-06-30
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