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Por Redação O Sul | 21 de março de 2019
A rara gravidez de uma colombiana vem impressionando profissionais da saúde e internautas em diversos países. Na barriga da bebê, havia outro feto, porém sem cérebro, nem coração, que se alimentava através da irmã. A descoberta foi feita quando Monica Vega fez um ultrassom aos sete meses de gestação. As imagens mostravam a existência de dois cordões umbilicais, mas ela não estava esperando gêmeos.
O cirurgião Miguel Parra, especialista em gravidez de alto risco, contou à Rádio Caracol que a possibilidade de ocorrer esse fenômeno, conhecido como fetus in feto, é de uma a cada 500 mil nascimentos. E foi isto o que aconteceu com a filha de Monica, a pequena Itzamara.
“Se não tivesse sido diagnosticada a tempo, a menina poderia ter crescido durante anos com esse feto parasita crescendo dentro de seu abdômen”, disse Parra, segundo a emissora “BBC”.
A recém-nascida passou por uma cirurgia poucas horas após nascer para que o feto fosse removido de seu abdômen. A operação foi bem sucedida, contou o médico.
Ainda de acordo com ele, é como se um irmão gêmeo estivesse se desenvolvendo dentro do outro, em vez de crescer no útero da mãe, tendo sido gerado a partir de um único zigoto, formado por óvulo e um espermatozóide.
“É um dos casos mais estranhos que vemos na medicina fetal”, ressaltou o especialista. “As células que iriam formar os dois gêmeos não se separaram na hora certa, então um poderia se desenvolver enquanto o outro estava dentro de seu irmão mais novo”.
“Agora ela é uma menina que se desenvolve muito bem, ela se recuperou muito bem de sua cesariana, que aconteceu 24 horas após seu nascimento”, disse ela à Caracol Radio.
Modelo “absorveu” irmã gêmea dentro do útero
Outro caso que gerou grande repercussão foi o da modelo americana Taylor Muhl, de 33 anos. Em 2009, ela descobriu que uma marca de nascença em sua barriga era um resquício da irmã fundido a seu corpo. Taylor “absorveu” a gêmea enquanto ainda estava no útero da mãe, devido a uma síndrome rara chamada de quimerismo.
Só que, até 2009, Taylor jamais tinha ouvido falar sobre essa condição. Naquele ano, porém, ela assistiu a um documentário sobre o tema na televisão e procurou um médico, que confirmou a suspeita.
“Eu sou minha própria gêmea. Quando eu nasci, acharam que era uma marca de nascença, mas conforme eu fui crescendo, fiquei doente várias vezes e ninguém sabia o que eu tinha. Até que um médico finalmente confirmou o quimerismo”, disse.
Taylor contou ao “Daily Mail” que sempre foi obcecada por gêmeos ao longo de sua infância. Nessa época, ela ainda não sabia que dividia seu DNA com a irmã gêmea não nascida, mas sempre desconfiou que tinha algo de diferente.
“Quando eu tinha uns 6 anos, ficava perguntando para minha mãe se tinha uma irmã gêmea. Ela ficava muito confusa com isso. Eu até queria brincar de gêmeas com as minhas amigas o tempo todo, nos vestindo com a mesma roupa”, lembrou.
Todo o lado esquerdo do corpo de Taylor é ligeiramente maior que o direito, e ela tem dois sistemas imunológicos e duas correntes sanguíneas. Mais visivelmente, o torso da modelo é dividido bem no meio, com o seu tom de pele do lado direito, e o da irmã gêmea do outro. Ela também sofre com resfriados constantes, enxaquecas e ciclos menstruais terríveis.
A grande diferença na tonalidade da pele faz o caso de Taylor ainda mais raro porque a maioria das pessoas portadoras do quimerismo só apresentam sintomas internos ou têm marcas muito pequenas.
O quimerismo é uma síndrome extremamente rara, quando uma pessoa tem duas ou mais linhas celulares geneticamente diferentes, originadas de diferentes zigotos, formados peja junção dos cromossomos vindos da mãe e do pai.
O óvulo que gerou Taylor se juntou com outro óvulo, que seria a sua irmã. O resultado é um óvulo que contém dois DNAs que se combinaram em Taylor. Isso significa que biologicamente ela é mais de uma pessoa.
O nome “quimerismo” vem da palavra quimera, criatura mitológica grega que era uma mutação de mais de um animal. Segundo um artigo publicado no site “Psychology Today”, uma pessoa gerada a partir do quimerismo de gêmeos de sexo diferetes pode se tornar hermafrodita. Com gêmeos do mesmo sexo a criança pode ter manchas na pele ou olhos com cores diferentes, mas fora isso provavelmente terá aparência normal.