Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2017
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou um dos sócios do escritório de advocacia da ex-primeira dama do Rio, Adriana Ancelmo, por obstrução à Justiça. Thiago Aragão está preso desde janeiro, acusado de fazer parte do esquema ligado ao ex-governador Sérgio Cabral. O Jornal Hoje teve acesso às informações, com exclusividade.
O dono de uma das maiores redes de restaurante de comida japonesa do Rio de Janeiro foi quem ajudou os promotores do Ministério Público Federal a descobrir como funcionava a lavagem de dinheiro da propina da quadrilha.
Italo Garritano Barros, dono do Manekineko, disse, em delação premiada em maio, que os crimes foram praticados pelo escritório de advocacia “Ancelmo Advogados”, da mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, que teve um novo pedido de prisão preventiva pedido. Ítalo é casado com a irmã da mulher de Thiago Aragão, que está preso desde janeiro e foi denunciado por obstrução à Justiça. Thiago era um dos sócios do escritório de advocacia da ex-primeira dama.
Segundo as investigações, o escritório usava dinheiro de propina, recebido de fornecedores do governo, para pagar parte do salário dos funcionários do restaurante. O esquema começou em meados de 2014 e foi proposto por Thiago Aragão ao concunhado, que passava por dificuldades financeiras por causa de indenizações trabalhistas.
A empresa Manekineko dividia a folha de pagamento em duas — folha “a” e folha “b”. A folha “a” era paga regular e legalmente. A folha “b” era paga por fora, com valores que não constavam na carteira de trabalho dos funcionários.
Thiago Aragão se comprometeu a emitir notas fiscais mensais no valor da folha “b” em nome do escritório Ancelmo Advogados, e lançar como prestação de serviços que na verdade nunca existiram, mas foram pagos pelo restaurante. (AG)