Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2021
O presidente Jair Bolsonaro descartou, nesta segunda-feira (2), a possibilidade de instituir um imposto sobre grandes fortunas, tabelamento de preços ou aumento de carga tributária no País. “Agora é um crime ser rico no Brasil”, ironizou em discurso durante a cerimônia de lançamento do programa “Água nas Escolas”.
“Alguns querem que eu cobre taxa sobre grandes fortunas no Brasil, que se aumente a carga tributária, que se tabele preços”, falou. “Nós somos aquilo que nós produzimos.”
Apesar das afirmações contra o aumento de impostos, a proposta de reforma tributária apresentada pelo governo federal prevê uma cobrança de 20% sobre lucros e dividendos, o que incidiria sobre os ganhos de empresários e acionistas.
Bolsonaro também relatou ter pedido ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, a apuração de valores enviados pela instituição de fomento ao exterior, no âmbito da execução de projetos em países estrangeiros: “Eu pensava que fosse caixa preta, mas não, foi enviado legalmente ao exterior”.
Durante a campanha presidencial, em 2018, Bolsonaro havia prometido investigar suposta utilização da instituição financeira pública em esquemas de corrupção, mas acabou não levando a ideia após assumir o cargo.
“Caixa-preta” era o termo utilizado para se referir ao conjunto de informações sobre supostos atos – ilícitos ou não – que teriam sido mantidos ocultos da opinião pública. Ele continuou a discorrer sobre o tema:
“Eu pensava que era caixa-preta, mas não. O dinheiro foi legalmente para o exterior, com medidas provisórias alteradas ‘no cantinho’ e aguardando o momento em que a votação fosse simbólica, e não nominal. E o montante é assustador!”.
Em seguida, ele voltou a fazer críticas a um dos seus alvos preferidos: a Venezuela. De acordo com o presidente, o governo do colega Nicolás Maduro não honra seus compromissos com o BNDES pela realização de obras em seu território.
Água potável
Lançado oficialmente nesta segunda-feira, o programa “Água nas Escolas” prevê a construção de 2 mil cisternas para beneficiar essa parcela de estudantes com abastecimento de água. O projeto será financiado pelo BNDES, pela Fundação Banco do Brasil e pelo Ministério da Cidadania. Cada uma das entidades contribuirá com R$ 20 milhões.
Ele classificou como “vergonhosa” a falta de acesso à água potável por cerca de 100 mil alunos de escolas públicas localizadas em áreas rurais.