Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2021
A vacinação quase estagnada e o rápido avanço da variante Delta, mais contagiosa, levaram os novos casos de coronavírus nos Estados Unidos a atingir uma média diária de 100 mil, pela primeira vez desde o início de fevereiro. Enquanto o presidente Joe Biden culpa os não vacinados, diversos Estados voltaram a endurecer medidas restritivas.
Segundo informações do jornal “The New York Times”, os testes positivos cresceram mais de 100% em duas semanas, passando de uma média de 50.150 em 23 de julho para 100.199 em 6 de agosto. A avaliação de autoridades e especialistas é de que isso coloca em risco a retomada das aulas e do trabalho presencial.
As mortes e internações também crescem, mas em ritmo menor que os casos, já como um reflexo positivo da vacinação. A média diária de óbitos é agora de 439, 74% a mais do que há duas semanas. Já a de hospitalizações chega a 52.636, uma alta de 82% na mesma comparação.
O nível de transmissão comunitária do vírus é alto em 85% do país, de acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC). Estados como Flórida, Texas, Missouri, Arkansas, Louisiana, Alabama e Mississippi respondem por metade dos novos casos e hospitalizações norte-americanas, ressalta o próprio governo do país.
A incidência confirma a taxa de vacinação como reflexo também da polarização política, já que Estados que tendem a votar nos republicanos apresentam adesão mais baixa à imunização. Não raro, grupos ainda realizam protestos contra as vacinas, valendo-se de argumentos estapafúrdios como o de que o procedimento insere “microchip de controle” nas pessoas.
Em entrevista na Casa Branca, Joe Biden salientou que a variante Delta “está cobrando um preço desnecessário ao país”. Ele acrescentou: “Os casos vão aumentar antes de voltarem a cair. Essa é uma pandemia de não vacinados”.
Certificado de vacinação
No começo desta semana, a cidade de Nova York anunciou que exigirá um certificado de vacinação para permitir o acesso a restaurantes, salas de teatro e academias, tornando-se a primeira nos Estados Unidos a criar um passe sanitário.
Em Nova Jersey, os novos casos aumentaram 105% nas últimas duas semanas, de acordo com uma análise de dados da Reuters. As hospitalizações aumentaram 92% nas últimas quatro semanas.
Com isso, o governador anunciará nesta sexta-feira que todos os alunos e funcionários devem usar máscaras quando as escolas públicas reabrirem nas próximas semanas, que marcam o fim das férias de verão no Hemisfério Norte.
Já na Flórida, onde os hospitais estão lutando com um número recorde de pacientes com coronavírus, o governador republicano Ron DeSantis emitiu uma ordem executiva na semana passada bloqueando o uso de máscaras nas escolas estaduais.
A procura pelos imunizantes, que estava estagnada apesar das campanhas agressivas da Casa Branca, mostrou uma ligeira melhora e agora metade da população já está completamente vacinada.
Conforme Cyrus Shahpar, encarregado de rastrear dados sobre o vírus para a Casa Branca, a média de pessoas recém-vacinadas nos últimos sete dias aumentou 11% em relação à semana passada e 44% nas últimas duas semanas.
O aumento dos casos, porém, levou autoridades a cogitarem a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados.
Em maio, quando a pandemia parecia estar sob controle, o CDC anunciou que pessoas já vacinadas não precisariam mais usar máscaras em espaços internos. Nos últimos dias, porém, o dispositivo voltou a ser recomendo em locais fechados, em áreas com altas taxas de contágio e nas escolas.