Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2025
Na última semana, novas diretrizes brasileiras sobre hipertensão arterial passaram a trazer a classificação de “pré-hipertensão”, atribuída a casos em que a pressão já passa de 12 por 8 (120 mmHg sistólica e/ou 80 mmHg diastólica).
O cardiologista Alexsandro Fagundes, presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), vê as diretrizes com bons olhos e lembra ainda a ênfase que elas dão à forma como a pressão é avaliada:
“São mudanças importantes no sentido de ampliar o horizonte na busca de tratar pacientes que estão em risco e não sabem. E as medidas de pressão fora do consultório passam a ser mais valorizadas, tanto a parte de exames, quanto as residenciais feitas com equipamentos digitais Isto visa a eliminar falsos diagnósticos de hipertensão do jaleco branco, quando a pressão aumenta por motivos como nervosismo, e também aumentar a precisão do controle.”
O documento estabelece que a pressão arterial deve ser medida no consultório e fora dele, por meio de medida ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou medida residencial da pressão arterial (MRPA). Dessa forma, o diagnóstico não considera somente os resultados da medição pelo médico no consultório ou no hospital, que pode sofrer influência de outros fatores.
A MAPA é um equipamento que se coloca por um profissional como parte de um exame na cintura do paciente e monitora a pressão de 20 em 20 minutos durante 24 horas. Já a MRPA é um aparelho que o paciente pode ter em casa e deve ser usado para medir a pressão de manhã e à noite, sempre em repouso, durante cinco dias. O MAPA é padrão-ouro, mas a MRPA é mais prática. Os aparelhos podem ser encontrados em farmácias por valores que variam de R$ 100 a R$ 200. Veja abaixo algumas maneiras sobre como medir a pressão em casa.
– Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) – O MAPA precisa de uma consulta prévia para a colocação do equipamento no paciente. O dispositivo ficará acoplado à cintura ao longo de 24 horas para monitorar a pressão de 20 em 20 min. Algumas regras são: Agendar o exame em dia representativo das atividades habituais; Vestir camisa de manga larga ou sem manga para não limitar o movimento dos braços e interferir na instalação do manguito; Evitar o uso de vestido; Levar lista de medicamentos em uso com doses e horários da prescrição; Tomar banho antes de colocar o equipamento e a levar cinto para facilitar a colocação do monitor na cintura.
Ao longo do dia, o paciente: Não poderá tomar banho e realizar atividades físicas; Manter o braço imóvel e relaxado ao longo do corpo nos momentos da medição; Não se deitar sobre o braço que está com o manguito; Não desconectar o manguito do monitor ou trocá-lo de braço; Não expor o aparelho a água, gelo, excesso de poeira ou calor. Deverá manter um diário das atividades feitas para que o médico possa depois analisá-las e relacioná-las à pressão.
– Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) – O paciente deve estar: Em ambiente silencioso com temperatura agradável; Há pelo menos 30 minutos sem fumar, utilizar cafeína, ter se alimentado ou praticado exercícios; Sentado e relaxado por pelo menos 3 minutos, idealmente 5 minutos, com bexiga vazia; Em silêncio durante e entre as medições; Sentado com as costas apoiadas na cadeira; Com as pernas descruzadas, e os pés apoiados no chão; Com o braço nu apoiado na mesa, palma da mão voltada para cima e meio do braço ao nível do coração.
Para realizar a avaliação, ele deve: Enrolar o manguito ao redor do braço, e não no punho, de acordo com as instruções do equipamento; Utilizar sempre o mesmo braço para realizar as medidas; Realizar a medição duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à noite; Repetir o processo por em média cinco dias – período que vai variar a depender da orientação do médico. As informações são do jornal O Globo.