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Porto Alegre Justiça aceita denúncia contra acusado por morte e esquartejamento de manicure em Porto Alegre

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Acusado tem antecedentes pelo assassinato da própria mãe. (Foto: Reprodução de vídeo/Polícia Civil)

Pouco mais de dois meses após o tronco de um corpo feminino ser encontrado em mala no guarda-volumes da Estação Rodoviária de Porto Alegre, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) contra o homem apontado como autor da morte e esquartejamento. O agora réu é o publicitário Ricardo Jardim, 66 anos, preso preventivamente desde 4 de setembro, três dias após a descoberta macabra.

Identificado e capturado na pousada onde morava no bairro São João (Zona Norte), ele havia sido flagrado por câmeras de vigilância da Rodoviária em 20 de agosto, ao deixar na Rodoviária a mala contendo o tronco da manicure Brasília Costa, 65 anos, sua namorada e colega no estabelecimento hoteleiro.

Uma semana antes, braços e pernas do cadáver haviam sido encontrados em uma rua do bairro Santo Antônio (Zona Leste) – outras partes seriam posteriormente localizadas boiando em um trecho da orla do Guaíba na Zona Sul da cidade. A cabeça da vítima, porém, ainda não foi localizada – buscas chegaram a ser realizadas em depósitos de lixo, sem êxito.

O publicitário nega o assassinato e o esquartejamento. Ele alega ter encontrado a namorada já morta no quarto da pousada e depois pago a um reciclador de lixo para que descartasse o corpo.

Jardim já constava como foragido do sistema carcerário desde o ano passado. Ele cumpria desde 2018 uma sentença de 28 anos de cadeia por ter assassinado a facadas a mãe, de 76, e concretado o corpo da idosa no apartamento onde ela vivia no bairro Mont’Serrat (Zona Norte), em 2015. A superlotação do regime penitenciário gaúcho fez com que o publicitário progredisse para o regime semiaberto, mas ele não se reapresentou às autoridades.

O assassinato e o esquartejamento não são os únicos crimes abrangidos pela denúncia. Para o MPRS, o publicitário cometeu feminicídio (em contexto de violência doméstica, com pena majorada pela idade e recusrso que dificultou a defesa da vítima), furto, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e invasão de dispositivo informático.

Coletiva

O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, ressalta: “Este é um crime que chocou a todos pela crueldade, pela forma como ocorreu e por situações que apareceram, como o fato de ter sido cometido por alguém que deveria estar preso. Ele aproveitou a ocasião para criticar o fato de a gravação de um dos depoimentos de Jardim ter sido obtido de forma irregular por um veículo de imprensa da Capital: “Isso prejudica a instrução do processo e também será investigado”.

Já a promotora Luciana Casarotto chama a atenção para a necessidade de respeito à vítima: “Peço que não tratem mais da investigação como “caso da mala”, e sim como ‘Caso Bia’. Não se trata de uma mala, mas de uma mulher covardemente morta e que tinha um nome, Brasília Costa, a Bia'”.

Sua colega Luciane Wingert explicou que o fato de Ricardo Jardim ter sido condenado pela morte violenta da mãe fará com que tenha uma pena mais elevada. Caso seja condenado, é claro.

Relembre

A descoberta do tronco feminino ocorreu na manhã de 1º de setembro, uma segunda-feira, quando funcionários do setor de guarda-volumes da Rodoviária desconfiaram do forte cheiro que vinha de uma mala ali deixada no dia 20 de agosto. Na etiqueta constava o nome de uma pessoa autorizada a fazer a retirada – algo que não ocorrera e que, descobriu-se depois, tratava-se de uma mera tentativa de despiste por parte de Ricardo Jardim.

Atribuindo inicialmente o odor a algum alimento estragado pelo calor que fazia em Porto Alegre, a equipe decidiu acionar o contato indicado, para que se fizesse a retirada da bagagem. Sem sucesso na tentativa, a solução foi levar o pertence até a área de descarte de lixo, na área externa da Estação Rodoviária, e romper o cadeado que a mantinha inacessível o interior da mala.

Assim que concluída a abertura do dispositivo, os empregados do setor levaram um susto: dentro havia diversos sacos plásticos pretos envolvendo o que parecia ser um abdômen humano, em adiantado estado de decomposição. O reconhecimento seria obtido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), dias depois, por meio de exames de material genético.

A Polícia Civil conclui que ela Bia foi morta por questões financeiras. No período entre a morte da manicure e a prisão de seu assassino, ele utilizou o celular da vítima para enviar mensagens a familiares dela, com o objetivo de despistá-los para que não soubessem do desaparecimento. O suspeito também teria efetuado saques em dinheiro com cartões bancários da manicure.

(Marcello Campos)

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