Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2025
				O Brasil celebra a rápida expansão da rede de internet 5G, mas, segundo levantamento da Abrintel (Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações), outra base importante para a conectividade do país acabou estagnada nesse processo: o 4G.
Enquanto nos últimos cinco anos o número de EBRs (Estações Rádio Base) para o 5G saltou de zero para quase 50 mil, alcançando 1.123 cidades e mais de 50,5 milhões de acessos, a rede de suporte do 4G parou de crescer. Entre 2020 e 2025, o saldo líquido de ERBs de 2G, 3G e 4G foi negativo, com redução de 131 sítios, mostra levantamento da entidade.
Segundo Luciano Stutz, presidente da Abrintel, uma das principais justificativas para a desaceleração foi a venda dos ativos móveis de duas grandes operadoras do país recentemente —a Oi e a Nextel. A integração das duas em outras empresas resultou “na desativação de milhares de antenas em nome da otimização de custos”, diz Stutz.
Em março de 2022, a Oi contava com 11.166 ERBs para a rede 4G em operação no país. Nos meses seguintes, esses sítios foram incorporados pelas compradoras e, logo após a integração, registrou-se uma queda de 3 pontos percentuais na cobertura territorial do 4G no Brasil, afirma Stutz com base em dados do Painel de Infraestrutura e Cobertura Móvel da Anatel.
Essencial para a inclusão digital, principalmente em áreas remotas, o 4G é responsável por 67,8% dos 267 milhões de acessos móveis do Brasil, diz o presidente da Abrintel. Para ele, a tecnologia é a alternativa mais eficiente e econômica para substituir o 2G e o 3G no curto prazo.
Consultado, o Ministério das Comunicações disse que o 4G já está presente em 100% dos municípios brasileiros, alcançando mais de 92% da população. Segundo a pasta, 4 mil localidades estão sendo conectadas com a tecnologia desde 2023 até o fim de 2026 com recursos do Novo PAC.
O ministério disse que realizará, ainda neste ano, leilão da faixa de 700 MHz, que permitirá atender novas localidades com tecnologia 4G, ampliando ainda mais o acesso à internet móvel de qualidade.
“A implantação do 5G não substitui, mas complementa, as redes existentes, ampliando a capacidade, a velocidade e a eficiência das conexões móveis no Brasil”, disse a pasta em nota. (Com informações da Folha de S.Paulo)