Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2019
O problema do ensino médio brasileiro ficou evidente nos dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em junho passado. O estudo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que 30,7% dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos estão atrasados ou fora da escola. O número evoluiu em relação a 2017 quando 31,5% dos jovens nessa faixa etária estavam nessa situação. As informações são do jornal O Globo.
O PNE (Plano Nacional de Educação) estabeleceu como uma de suas metas que o Brasil tenha 85% dos jovens de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio em 2024, atualmente, o índice é de 69,3%.
Mas, embora o problema se manifeste com maior gravidade no ensino médio, é possível perceber que ele começa a se acentuar a partir dos anos finais do ensino fundamental. A Pnad Contínua mostra que nessa etapa a taxa de jovens de 11 a 14 anos atrasados ou fora da escola é de 13,3%. No caso do fundamental, como a cobertura educacional chega a 99,3% dos brasileiros de 6 a 14 anos, boa parte do índice diz respeito ao atraso escolar.
“Aluno atrasado tem uma probabilidade maior de continuar atrasado ou acabar saindo do sistema de ensino. Acabamos colocando peso maior sobre o ensino médio, falando sobre a questão de torná-lo atrativo e a disputa no mercado de trabalho, mas se o estudante já chega do fundamental atrasado, a chance de ele sair do sistema se está desanimado com o estudo é muito maior”, explicou Marina Aguas, responsável pelo suplemento de Educação da Pnad Contínua.
No anos iniciais do fundamental, apenas 3,9% das crianças de 6 a 10 anos estão atrasadas ou fora da escola.
A EJA (Educação de Jovens e Adultos), que é uma opção para os estudantes atrasados na escolarização, tem atualmente 831 mil alunos cursando o ensino fundamental e 833 mil estudantes no ensino médio.
Professores conectados
A maioria dos professores de escolas públicas e privadas do Brasil usa seu plano de conexão com a internet para desenvolver atividades em sala de aula e busca por conta própria formação e fontes de aprendizado em tecnologias e novos recursos para o ensino.
As conclusões fazem parte da pesquisa TIC Educação 2018 , feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e divulgada nesta semana.
O estudo avaliou o uso das tecnologias na educação brasileira com base em mais de 15 mil entrevistas com alunos, professores, coordenadores pedagógicos e diretores de escolas urbanas públicas e privadas e escolas localizadas em áreas rurais do Brasil.
Segundo a pesquisa, 76% dos docentes usaram a internet para desenvolver ou melhorar seus conhecimentos sobre o uso de tecnologias para o ensino.
O estudo indica que 58% dos professores de escolas públicas urbanas utilizam o celular em atividades com os alunos — mas 51% deles usam a própria rede de internet 3G e 4G para isso. No caso das escolas particulares, o índice foi de 44%.
Apenas 25% dos professores das escolas públicas e 31% das privadas utilizaram o wifi das escolas.
Já no caso dos alunos, 27% deles (em ambas as redes) utilizaram o pacote de dados dos próprios celulares. Apenas 7% dos alunos de escolas públicas usaram o wifi da escola; o índice subiu para 20% nas privadas.
Nas escolas rurais, 52% dos responsáveis por escolas rurais afirmam que os professores levam os próprios dispositivos para desenvolver atividades com os alunos.