Sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2020
 
				Pesquisa do Instituto Datafolha no final da noite do último sábado (26) aponta que pouco mais da metade dos brasileiros é contra o voto obrigatório em vigor no País. O Datafolha apurou que: São contrários à obrigação de ir às urnas: 56%; São favoráveis: 41%; Não soube responder: 1%; Indiferente: 1%. Foram ouvidos 2.016 brasileiros adultos que possuem telefone celular de todas as regiões brasileiras, nos dias 8 e 10 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em 2015, no levantamento anterior do Datafolha sobre o tema, 66% dos entrevistados eram contrários. Em 2014, 54% em outubro; 56% em agosto; 59% em julho; e 61% em julho também eram contrários. Em 2010, o resultado foi equilibrado: 48% contrário e 48% favoráveis.
Eleições
Passadas as eleições de 2018, o assunto que dominou os debates eleitorais foi o uso da internet e da propagação massiva de desinformação como estratégia eleitoral. A regulação e fiscalização dos limites das campanhas nos ambientes virtuais – especialmente nos aplicativos de mensagens privadas – e o enfrentamento da desinformação pareciam ser os grandes desafios a serem superados para as eleições de 2020.
O WhatsApp, principal aplicativo de mensagens utilizado no Brasil, encerrou o ciclo eleitoral de 2018 com sua imagem bastante desgastada, associada ao grande fluxo de desinformação constatado naquele ano. Em 2020 a empresa buscou uma aproximação com a Justiça Eleitoral para mitigar essa imagem, mostrando mais disposição para colaboração, firmando parceria com o Tribunal Superior Eleitoral no combate à desinformação.
As campanhas de combate a desinformação marcaram a atuação da comunicação do TSE desde o início do ano, as parcerias com personalidades conhecidas de toda a população e linguagem bastante acessível pareceram indicar uma mudança de postura institucional sobre o tema, saindo de um discurso de atuação repressiva – talvez até mesmo pela percepção de que a atuação jurisdicional, por mais competente e efetiva que seja, não alcança a velocidade de propagação que tem a internet – para uma atuação preventiva, focada na entrega de informações de qualidade.
Com a chegada de 2020 e de uma pandemia sem precedentes, no entanto, qualquer previsão desafiadora pareceu simplória diante da realidade que se impôs. Além do já previsto necessário combate às notícias falsas (com vasto material sobre a nova doença, seus efeitos e tratamentos), a Justiça Eleitoral se viu diante da tarefa de realizar uma eleição em meio à maior crise sanitária mundial dos nossos tempos.
Tanto a realização das campanhas quanto a logística de organização das eleições conflitavam com a necessidade de isolamento social para contenção do contágio da covid-19.
Em meio a tentativas bastante questionáveis de aproveitar a situação para fazer passar uma proposta já há muito debatida e sempre rejeitada de unificação das eleições, o TSE tomou a frente num diálogo interinstitucional para construção de uma solução que permitisse tempo para organização logística das eleições com a segurança necessária e ao mesmo tempo garantisse que as eleições fossem realizadas ainda este ano, sem necessidade de prorrogação de mandatos.
Foi aprovada, assim, a PEC do adiamento e, depois dela, a construção coletiva para atender a todos os pontos que as eleições demandam seguiu com novos diálogos e parcerias do TSE com empresas do setor privado, que se prontificaram a doar equipamentos de segurança que foram distribuídos em todo o País.
Mas não só a organização das eleições precisou ser repensada, a organização das campanhas também precisou de ajustes. A impossibilidade de realização de atos nas ruas de forma segura intensificou o movimento de virtualização das campanhas. Candidatos e candidatas tiveram de construir novas formas de comunicação com eleitores, as reuniões passaram a ser online, lives, diálogos com influenciadores digitais e jogos eletrônicos de sucesso passaram a fazer parte do dia a dia das campanhas – e a engajar os mais jovens nos debates.