Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2025
				Dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nessa segunda-feira (3), obtidos pelo jornal O Globo, indicam que a maior parte da população do Estado do Rio de Janeiro se posiciona contra a ampliação do acesso a armas de fogo, especialmente após a megaoperação policial que resultou na morte de pelo menos 121 pessoas. De acordo com o levantamento, 72% dos entrevistados afirmam ser contrários a medidas que facilitem a compra e o porte de armamentos, enquanto 24% declaram apoiar esse tipo de proposta e 4% não responderam ou preferiram não opinar sobre o tema.
A pesquisa detalha ainda que os maiores índices de rejeição à flexibilização do acesso a armas foram observados entre os eleitores que se identificam como lulistas (72%) e entre aqueles que se classificam como integrantes de outras correntes de esquerda (75%). Entre os entrevistados que se declaram bolsonaristas, o percentual de oposição cai para 43%, sendo superado pelo apoio à liberação, que alcança 55%. Entre os que se consideram de direita, o apoio é de 54%, com 44% contrários.
Em âmbito nacional, a discussão sobre o acesso a armas vem sendo conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em junho, a Corte formou maioria para confirmar a validade dos decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que restabelecem restrições ao acesso e ampliam o controle sobre a posse e o porte de armas no país. As medidas revertiram flexibilizações implementadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando houve aumento expressivo no número de registros de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs).
Os dados da Genial/Quaest foram coletados logo após a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, na semana anterior à divulgação da pesquisa. O levantamento mostra também que 72% dos moradores do estado são favoráveis à equiparação de facções criminosas a organizações terroristas, proposta que tem sido debatida em diferentes instâncias políticas.
A maioria dos entrevistados manifesta apoio a medidas de endurecimento das punições a criminosos. Segundo o levantamento, 85% defendem o aumento das penas em casos de homicídio, 62% são favoráveis à retirada do direito à visita íntima para presos, e 53% apoiam a proibição das chamadas “saidinhas” de detentos, mesmo em situações de bom comportamento ou cumprimento de grande parte da pena.
Ainda de acordo com a pesquisa, a operação policial realizada no dia 28 contra o Comando Vermelho foi aprovada por 62% dos entrevistados. Apesar dessa aprovação, o levantamento indica que a ação não contribuiu para a melhora na percepção de segurança dos moradores e reforçou a sensação de que o estado vive uma situação semelhante a um “estado de guerra”. (Com informações do jornal O Globo)