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Geral 90% das cidades do mundo têm qualidade do ar inferior ao que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde

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A série The Handmaid’s Tale conta uma história a partir do momento em que grande parte da população humana se tornou infértil por causa da poluição. (Foto: Hulu/Divulgação)

Um dado da OMS (Organização Mundial de Saúde) assusta. 90% das cidades do mundo têm a qualidade do ar inferior ao que é recomendado. E segundo um estudo da USP (Universidade de São Paulo), o impacto vai além de nariz e garganta seca.

A bióloga Mariana Veras, uma das autoras do estudo, conta que a conclusão do estudo foi que a exposição ao trânsito durante uma hora equivale ao consumo de cinco cigarros.

Ele foi realizado em 413 cadáveres, avaliou o estado do pulmão dessas pessoas e observou a quantidade de depósitos de carbono, partículas de fumaça e carvão. Também foi levado em conta o local onde essa pessoa vivia, a ocupação e o tempo gasto no trânsito, através de um questionário aplicado aos parentes próximos.

O resultado aponta o impacto da poluição na saúde com base no tempo de exposição e toxicidade.

O que piora a poluição é a falta de chuva, como acontece em várias cidades do Sudeste e do Centro-Oeste no último mês, e a inversão térmica, que é quando as temperaturas variam muito, como frio de manhã e calor à tarde.

Segundo dados da OMS, um terço das mortes por coração, pulmão e doenças cerebrais é provocada pela poluição.

Uma das soluções para melhorar a poluição nas grandes cidades é investir no transporte público, preferencialmente movido a energia limpa.

A poluição afeta a fertilidade das mulheres e a inteligência das crianças?

Um primeiro estudo aponta que grávidas expostas a altos índices de poluição podem ter filhos com baixos índices de QI, que é um dos índices de avaliação da inteligência.

O Conto da Aia

A série The Handmaid´s Tale (O Conto da Aia, em português), que está na terceira temporada, parte da seguinte premissa: grande parte da população humana se tornou infértil devido aos altos níveis de poluição atmosférica. Isso talvez não seja tão fictício quanto parece.

Uma pesquisa apresentada no encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia relacionou a taxa de produção de óvulos em mulheres com a poluição atmosférica da cidade onde vivem. O estudo foi feito pela Universidade de Modena e Reggio Emilia, na Itália, e coletou dados de mais de 1.300 mulheres.

A pesquisa analisou os níveis do hormônio AHM (antimülleriano) nas participantes. Ele é liberado pelas células do ovário e representa a quantidade de óvulos viáveis para a fecundação — a reserva ovariana.

As mulheres não produzem novos gametas ao longo da vida, elas já nascem com todos os óvulos dentro dos ovários. Essa reserva diminui naturalmente ao longo do tempo. Uma menina nasce com cerca de um milhão de óvulos. Na puberdade, restam apenas 300 mil, e esse número continua a cair a cada menstruação.

Além da idade, a reserva também é influenciada por fatores externos, como o tabagismo e, pelo que a pesquisa sugere, a poluição do ar. O pesquisador Antonio La Marca, líder do estudo, diz que pesquisas anteriores já indicavam a possível relação entre a poluição e a fertilidade.

Para se aprofundar no tema, os pesquisadores recolheram amostras do hormônio AHM de 1.318 mulheres de Modena, na Itália, entre 2007 e 2017. Usando o endereço domiciliar das participantes, eles dividiram a cidade em quatro regiões e estimaram a exposição diária de cada uma dessas mulheres ao dióxido de nitrogênio e pequenas partículas liberadas pela queima de combustível.

A idade ainda se mostrou o principal responsável pela queda da reserva ovariana. A partir dos 25 anos, os níveis de óvulos passaram a diminuir bastante. Após levar a idade em consideração, a poluição do ar também mostrou seus efeitos. Quanto maior a poluição da região em que a mulher mora, menores são os níveis de AHM.

Os pesquisadores ressaltam a necessidade de estudos ainda mais rigorosos sobre o assunto. Eles não levaram em consideração outros fatores de comportamento e ambiente. As condições econômicas e de saúde, por exemplo, normalmente são mais baixas em locais de grande poluição.

Ainda não se sabe se o efeito é permanente ou se pode ser revertido caso a mulher deixe de ser exposta à poluição. Segundo Richard Anderson, professor de ciência reprodutiva da Universidade de Edimburgo, a diminuição de óvulos não necessariamente impacta as tentativas de gravidez a curto prazo, mas pode indicar um tempo mais curto disponível para a reprodução ou uma menopausa antecipada.

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