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Brasil Uma professora foi demitida em São Paulo após dizer que estupro de menina de 10 anos “não foi nenhuma violência”

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Em postagem, educadora diz que criança "já tinha vida sexual há quatro anos com esse homem. Deve ter sido bem paga". (Foto: Reprodução de TV)

A Secretaria estadual de Educação de São Paulo demitiu uma professora de educação básica que publicou em uma rede social mensagens que afirmam que o caso da menina de 10 anos estuprada por um tio desde os 6, no Espírito Santo, “não foi nenhuma violência”.

“É um absurdo, não dá nem para dizer que é uma professora. Não existe justificativa”, disse secretário de Educação, Rossieli Soares nesta quinta-feira (20).

Na publicação, conforme revelado pela Folha de S.Paulo, a professora diz que a menina “já tinha vida sexual há quatro anos com esse homem. Deve ter sido bem paga” e que “crianças se defendem chorando pra mãe, esta menina nunca chorou por quê?.”

Segundo Rossieli, os comentários foram denunciados à secretaria por meio das redes sociais e a educadora foi “imediatamente afastada.”

“Se a criança não chorou, não falou por quatro anos é porque certamente ela foi reprimida, não entendia. Você imagina o trauma dessa menina com tudo que está acontecendo em sua vida. Isso não é uma professora, isso não representa a classe da educação, não representa os bons, os grandes professores que nós temos na rede. Repudiamos totalmente, não vamos aceitar”, comentou o secretário.

O post com os comentários foram apagados do Facebook, mas expostos no Twitter pelo perfil Anonymous Brasil.

Por conta da lei, a Secretaria da Educação não confirmou o local de trabalho da professora, mas apenas afirmou que trata-se de funcionária da rede estadual de ensino de SP e que a demissão dela foi efetivada na terça-feira (18).

Aborto legal

A menina de 10 anos da cidade de São Mateus, no Espírito Santo, engravidou após ser estuprada pelo tio desde o seis anos de idade. Ela teve alta na quarta-feira (19) do hospital onde interrompeu a gestação, no Recife (PE), por ordem da Justiça. A direção do hospital informou que a garota estava bem e tinha condições de ter alta médica, mas que isso só podia ocorrer depois que fossem adotadas medidas para preservar a integridade da vítima.

O governo do Espírito Santo informou que vai oferecer proteção e mudança de identidade para a menina e para família quando elas retornarem ao Estado.

O tio dela, suspeito do crime, foi preso em Betim, Minas Gerais. Segundo relato da vítima, o crime ocorria desde quando a garota tinha 6 anos, em São Mateus, no Espírito Santo. A garota não denunciou porque disse que era ameaçada.

Depois de preso, o tio foi ouvido pela polícia, mas o teor do depoimento não foi divulgado. “Informalmente” ele teria confessado o abuso aos policiais que fizeram a prisão.

A menina precisou ir ao Recife para interromper a gravidez porque, no Estado de origem, os médicos do hospital em que ela foi atendida afirmaram que não tinham capacidade técnica para fazer o procedimento.

O médico diretor do Cisam, Olímpio Morais, afirmou que a criança voltou a sorrir depois do procedimento. Na unidade de saúde, a menina recebeu presentes como perfume, maquiagem, livros, brinquedos e flores.

Protestos

No domingo (16), dia em que a menina chegou ao Estado, religiosos protestaram contra a interrupção da gestação e tentaram invadir a maternidade depois que a extremista de direita Sara Giromini violou o Estatuto da Criança e do Adolescente publicando na internet o nome da vítima e o local onde ela seria atendida.

No Recife, a assistente social Bruna Martins, que atendeu a menina, disse que nem ela nem a avó, que é a referência materna da criança, ouviram os protestos em frente ao Cisam.

Protestos que defendiam o direito da criança ao aborto também ocorreram na frente do hospital, no mesmo dia. O aborto foi autorizado por decisão judicial.

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https://www.osul.com.br/professora-e-demitida-em-sao-paulo-apos-dizer-que-estupro-de-menina-de-10-anos-nao-foi-nenhuma-violencia/ Uma professora foi demitida em São Paulo após dizer que estupro de menina de 10 anos “não foi nenhuma violência” 2020-08-20
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